05 de junho de 2015 | 03h00
Os recursos liberados dos compulsórios – que, de outra forma, ficariam congelados no BC –, somados aos R$ 31 bilhões de depósitos do FGTS, alcançam R$ 53,5 bilhões para o setor imobiliário.
Esse valor compensa a saída de depósitos na caderneta de poupança – principal mecanismo de financiamento do setor –, de R$ 30 bilhões no primeiro quadrimestre, não só por causa do baixo rendimento da poupança em comparação com outras opções de investimento, mas sobretudo por causa da queda da renda média da população.
A medida tem impacto social, pois contribui para evitar que se aprofunde a retração na construção civil, o setor da economia que mais absorve mão de obra e que vem demitindo trabalhadores.
As resoluções criam um colchão de liquidez adicional no mercado, mas o CMN agiu com cautela para evitar distorções a médio prazo. Foi decidido também o aumento dos compulsórios sobre os depósitos a prazo, de 20% para 25% até o fim de agosto. Com isso, o BC pretende enxugar R$ 25 bilhões, o mesmo total liberado para o setor imobiliário e para o custeio da safra. Assim, dentro de três meses, as disponibilidades dos bancos para crédito voltarão a ser as mesmas.
O CMN tornou mais rigorosa a norma que exige dos bancos a aplicação de 65% dos depósitos em poupança no setor imobiliário. A utilização de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) só será permitida se os papéis tiverem como lastro financiamentos de imóveis de até R$ 750 mil. Entre as decisões do CMN, há outras medidas que tratam do financiamento de veículos e do capital de giro das empresas.
Embora reivindicações do setor imobiliário tenham sido atendidas, as decisões são transitórias e se baseiam na expectativa de que a atividade econômica ganhe impulso no fim do ano, o que é duvidoso.
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