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CMN mantém TJLP em 10% por mais um trimestre

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu hoje manter a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 10% por mais um trimestre, informou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu hoje manter a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 10% por mais um trimestre. "Nossa avaliação de risco de longo prazo para a economia não mudou com relação ao trimestre passado e a inflação está dentro da meta", explicou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn. A TJLP, utilizada em operações mais longas, como é o caso dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é fixada com base nas perspectivas de inflação e nos riscos enfrentados pela economia brasileira. Goldfajn disse que houve aumento na taxa de risco do Brasil nos últimos dias. "Mas não acredito que seja algo permanente, de longo prazo", disse. Ele admitiu também que a manutenção da TJLP nos atuais níveis pode ser lida como um sinal de que, na avaliação do governo, o resultado das eleições não interferirá no rumo da economia a longo prazo. "Acreditamos que, independentemente do que vier a acontecer, a economia brasileira é suficientemente sólida", afirmou. O CMN também autorizou o Banco Central a aumentar em 20% o limite para a quantidade de dinheiro na economia no período de julho a setembro deste ano. Com isso, a média diária da soma dos depósitos à vista e do dinheiro em poder do público passou de R$ 85 bilhões para R$ 102 bilhões. Segundo Ilan Goldfajn, o aumento foi necessário por causa da onda de saques das aplicações nos fundos de investimento. Segundo ele, as pessoas sacaram dos FIFs mas mantiveram o dinheiro no banco, seja como depósito a vista, seja em outras formas de aplicação. "Os saques não geraram aumento de consumo, nem levaram a um aumento de envios para fora do País", afirmou. Somente no período de 31 de maio a 10 de setembro, os saques provocaram um aumento de R$ 8,4 bilhões no volume de depósitos à vista e de R$ 5 bilhões em papel-moeda em poder do público. O aumento do limite é meramente uma exigência legal. Caso o Banco Central simplesmente "estourasse" as metas para a quantidade de dinheiro movimentada na economia, seria necessário apresentar justificativas ao Congresso Nacional. O monitoramento da quantidade de dinheiro na economia é uma forma de controlar a inflação que foi utilizada até 99. Depois esse regime foi substituído pela fixação das taxas de juros. "O controle dos agregados monetários não faz mais parte do nosso arcabouço", disse Goldfajn. "A programação monetária é algo em paralelo ao regime que temos hoje, quanto temos as taxas de juros para controlar a inflação." O CMN ainda aprovou um voto flexibilizando a emissão de certificados de depósitos em garantia por bancos de investimento e bancos múltiplos com carteira de investimento. Um outro voto autorizou o Lloyds Bank Subsidiaries a constituir uma sociedade de crédito, financiamento e investimento.

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