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CNA evita comentar possível embargo da UE à carne

Por Fabiola Salvador
Atualização:

Técnicos do governo e representantes da iniciativa privada evitaram comentar na tarde de hoje a possibilidade da União Européia impor novos embargos à exportação brasileira de carne bovina. Apesar das informações vindas de Bruxelas indicarem que o bloco poderia limitar de forma significativa o número de empresas e frigoríficos brasileiros autorizados para exportação, um representante do governo brasileiro disse que a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura não tinha recebido um comunicado oficial sobre a decisão. "Por enquanto não há nada de concreto", disse. Já o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), disse que por enquanto o assunto é "especulação". "É difícil comentar qualquer coisa neste momento. Precisamos esperar o relatório oficial da missão européia", afirmou Nogueira. Ele refere-se ao relatório que começou a ser preparado depois da auditoria feita por inspetores da União Européia aos Estados que têm autorização para venda de carne para o bloco, no mês passado. A visita aconteceu após um período de forte pressão dos pecuaristas irlandeses, que querem a suspensão das importações do Brasil. Eles alegam que a carne brasileira pode "carregar" o vírus da febre aftosa, o que colocaria em risco a sanidade do rebanho local. Atualmente, estão habilitados a exportar para o bloco os Estados de Goiás, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de áreas de Minas Gerais e Mato Grosso. São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná estão proibidos de vender carne para o bloco desde 2005, quando foram diagnosticados casos de febre aftosa nos rebanhos dos dois últimos Estados. Após a visita, numa reunião realizada em Brasília, os europeus apontaram progressos no serviço de defesa sanitária do País, mas também citaram fragilidades. Uma das deficiências relatadas foi em relação à Guia de Trânsito Animal (GTA) e ao sistema de rastreabilidade de bovinos. As queixas fizeram o governo brasileiro anunciar uma série de medidas na área de defesa e controle sanitário. Os frigoríficos habilitados a exportar carne bovina in natura para a União Européia, por exemplo, somente podem abater animais procedentes da área habilitada pelo bloco - quer dizer, com exportações liberadas - que tenham permanecido, antes do abate, pelo menos 90 dias na área habilitada, sendo 40 dias na última propriedade. Com a mudança, a propriedade que receber animais de áreas que não fazem parte da zona habilitada não poderá encaminhar nenhum animal para abate aos frigoríficos que exportam para o mercado europeu nos 90 dias seguintes.

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