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CNA pede mais investimentos em hidrovias

Por Fabiola Salvador
Atualização:

O consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para assuntos de logística e infra-estrutura, Luiz Antônio Fayet, defendeu ontem, em audiência no Senado, o investimento em hidrovias e a expansão da capacidade dos portos brasileiros. Levantamento da CNA revela que o custo para levar 1 saca de soja de Sorriso (MT) até o Porto de Santos (SP) ultrapassa 50% do preço pago ao produtor na porteira da fazenda. Segundo Fayet, em comparação com os modais rodoviário e ferroviário, as hidrovias são mais baratas e oferecem menos desgaste ao meio ambiente. Considerando a mudança na geografia do agronegócio brasileiro, as bacias hidrográficas são a única saída para escoar o volume de 70 milhões de toneladas de grãos exportados por ano, previsto para duplicar na próxima década. "O mundo está escancarado de oportunidades, temos condições de aproveitá-las se resolvermos o problema logístico no Brasil", afirmou o consultor da CNA. A CNA aponta como principais causas dos problemas logísticos a falta de planejamento do governo, a má gestão do patrimônio e a instabilidade institucional. Um exemplo disso é a cobrança, por parte do governo, de R$ 1,5 bilhão de ágio para que a Companhia Vale do Rio Doce continue a administrar a Ferrovia Norte-Sul. Para a CNA, essa postura onera o custo da empresa, que repassa a amortização desse ágio para as tarifas pagas por quem utiliza ferrovia. O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, também classificou como fundamental para a economia brasileira o investimento em hidrovias. Segundo a Anec, 60% da produção de grãos do Brasil é transportada por rodovias. Nos Estados Unidos, 61% são escoados por hidrovias. Ele lembrou, ainda, que o governo precisa ter cautela na criação de impostos e revisão de tarifas, pois qualquer ônus inserido na cadeia produtiva do agronegócio acaba saindo do bolso do produtor.

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