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CNI aponta que atividade no 4º trimestre foi a pior desde 99

Índice de atividade da indústria fica em 40,8 pontos, com expressiva queda em relação aos 57,8 pontos do 3º tri

Por Leonardo Goy e da Agência Estado
Atualização:

A crise econômica internacional atingiu em cheio a atividade da indústria no 4º trimestre de 2008. Sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto a 1.407 empresas, entre os dias 5 e 26 de janeiro, mostra que, do ponto de vista da atividade, os três últimos meses de 2008 registraram o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 1999. Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  "A desaceleração da indústria era esperada, mas não com essa velocidade. A crise chegou muito forte", analisou Fonseca. O economista, entretanto, ponderou que o Brasil pode sair da crise mais rápido que outros países. O índice de atividade na sondagem ficou em 40,8 pontos no 4º trimestre de 2008, com expressiva redução em relação aos 57,8 pontos do terceiro trimestre do ano passado e também ante os 59 pontos do quarto trimestre de 2007. A pontuação vai de zero a 100 e números inferiores a 50 indicam retração. A queda foi puxada principalmente pelas grandes empresas, que tiveram o pior desempenho no período. Considerando as respostas dadas pelos empresários, o indicador que mede a produção nas grandes empresas no quarto trimestre ficou em 38,8 pontos, enquanto nas indústrias de médio porte a taxa foi de 42 pontos e, nas pequenas, de 42,3 pontos. O dado referente ao emprego na indústria também recuou de 54,4 pontos no 3º trimestre para 44 pontos no 4º trimestre de 2008, o pior de toda a série histórica da sondagem da CNI, iniciada em janeiro de 1999. A CNI detectou que houve no último trimestre do ano passado um acúmulo de estoques. O índice de estoques subiu de 51,5 pontos no 3º trimestre para 53,5 pontos no quatro trimestre. Seguindo a mesma tendência da atividade, o índice que mede a situação do emprego no setor ficou em 42,6 pontos para as grandes, e em 46 pontos nas pequenas. As médias tiveram 43,8 pontos. "Como a crise afetou mais fortemente as exportações e o mercado externo, as grandes empresas que são exportadoras foram mais atingidas", disse o economista da entidade Renato da Fonseca. Pela sondagem, o acesso ao crédito, de uma maneira geral, para todos os tamanhos de empresas, esteve numa situação delicada no quarto trimestre. O índice obtido a partir das entrevistas foi de 32,4 pontos, uma queda de mais de dez pontos em relação aos 42,6 do terceiro trimestre. A CNI também identificou que a queda da demanda vem ganhando espaço na lista das principais preocupações das empresas. Com exceção da carga tributária, "hors concours", segundo Fonseca, na lista de preocupações do empresariado, a falta de demanda ganhou espaço e já é o segundo maior problema para as pequenas e grandes empresas. Para se ter uma ideia da mudança de cenário, no terceiro trimestre do ano passado, a demanda era apenas a sexta maior preocupação das pequenas indústrias e a sétima das grandes. O levantamento mostrou também que o uso da capacidade instalada da indústria caiu de 80% no quarto trimestre de 2007 para 74% nos últimos três meses do ano passado. 2009 As expectativas para o primeiro trimestre deste ano também mostram deterioração na atividade industrial. O índice que mede a expectativa dos empresários sobre a demanda nos próximos seis meses caiu de 53,5 pontos em outubro para 39,7 pontos em janeiro. Além disso, a sondagem aponta que a indústria deve continuar demitindo no primeiro semestre deste ano. O índice que mede a expectativa do setor para o emprego nas indústrias nos próximos seis meses ficou em 40,5 pontos. Como trata-se de um número inferior a 50 pontos, indica que, de maneira geral, haverá uma diminuição no número de vagas, já que a CNI considera números abaixo de 50 como sendo de contração e de 50 a 100, de expansão. "A expectativa é de redução no número de vagas", disse o economista da CNI Renato da Fonseca.

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