05 de novembro de 2009 | 13h00
O economista acredita que nos meses de novembro e dezembro já será possível ter alguns segmentos e indicadores mostrando crescimento em relação ao mesmo período de 2008. "O que significaria que estaríamos com uma trajetória mais próxima de superação da crise, o que só vai ocorrer de forma mais abrangente em algum momento do primeiro semestre de 2010", disse Castelo Branco.
Ele lembrou que, embora a expectativa seja de continuidade do processo de recuperação da atividade industrial, puxada principalmente pela demanda doméstica, sazonalmente a indústria reduz seu ritmo nos últimos meses do ano e nos primeiros meses de cada ano. "A partir de novembro, principalmente, vamos observar uma acomodação natural da atividade econômica, o que não significa arrefecimento. Nós precisamos observar neste momento os dados ajustados para a sazonalidade", destacou. Embora haja esse processo de recuperação, a CNI ainda estima uma queda do PIB industrial de 4% em 2009.
A utilização da capacidade instalada em setembro sofreu um recuo ante agosto, mas, segundo Castelo Branco, isso não preocupa. A CNI interpreta essa queda como um "movimento de acomodação". O economista destacou que a capacidade instalada no nível atual mostra folga da indústria para atender a demanda, mesmo a inesperada. Ele lembrou que, em janeiro de 2008, o nível de utilização do parque fabril chegou a 83,5% pela série dessazonalizada da CNI. "Tem espaço para crescer sem pressionar a capacidade instalada e sem gerar qualquer tensão nos preços e no fornecimento dos produtos", disse.
Castelo Branco disse que o ponto de atenção neste momento são as exportações, já que a demanda externa ainda não voltou à normalidade e impacta negativamente os segmentos com maior exposição no mercado internacional. "A recuperação tem sido sustentada pelo consumo doméstico. O investimento dá alguns sinais de começar a retomar, mas é uma variável que não mostra sinais claros, principalmente na comparação com 2008", avaliou.
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