Publicidade

CNN vai se tornar agência de notícias

Grupo quer disputar mercado dominado por Reuters, AP e AFP

Por Agências Internacionais e Washington
Atualização:

A rede de TV americana CNN vai passar a oferecer um serviço de agência de notícias, com o lançamento do CNN Wire, que será alimentado por seus colaboradores em todo mundo. Com isso, a rede passa a ser o primeiro gigante noticioso, em mais de vinte anos, que tenta entrar nesse mercado, dominado por Reuters, Associated Press (AP) e AFP, desde a chegada da Bloomberg, especializada em notícias econômicas, no início dos anos 80. Na última semana, a CNN realizou uma campanha voltada aos jornais impressos, para quem pretende vender o serviço. Mais de 30 redatores-chefes de jornais americanos foram convidados para conhecer o projeto, na sede da empresa, em Atlanta. O CNN Wire chega em um momento delicado para a imprensa americana, em que os jornais passam por sérios problemas financeiros - há muitos anos vêem perdendo leitores e receita publicitária para os meios online. Além disso, a americana AP, que por muito tempo quase não teve concorrentes nos Estados Unidos, aumentou tarifas em outubro, o que foi motivo de protesto. O grupo Tribune, proprietário dos jornais Los Angeles Times e do Chicago Tribune, anunciou a intenção de rescindir contrato com a agência em dois anos. Fundada há 162 anos, a AP é uma cooperativa pertencente a 1,5 mil diários e emprega 4,1 mil pessoas, sendo 3 mil jornalistas. Mas quer reduzir seu efetivo em 10% em 2009. Segundo os jornais que participaram da reunião em Atlanta, a CNN disse que o novo produto não tem a intenção de tomar lugar da AP ou competir com ela. O vice-presidente da AP, Tom Brettingen, disse em comunicado que a competição é "estimulante" e que a agência sempre será favorável a ela.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.