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Com 25 novos modelos, montadoras têm ofertas para carros ‘fora de linha’

Indústria automobilística concentra lançamentos no segundo semestre; modelos que serão substituídos podem ser comprados com desconto

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Dos cerca de 40 lançamentos previstos pela indústria automobilística neste ano, mais da metade ficou para o segundo semestre. Pelo menos 25 novidades serão apresentadas nos próximos meses. A conta não inclui carros que passarão por pequenas reestilizações ou terão novas versões. Para o consumidor, é uma boa oportunidade para adquirir, com descontos extras, os automóveis que sairão de linha para dar lugar aos novos.

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Segundo analistas, mesmo prestes a serem extintos, esses produtos não são mais considerados micos. A desvalorização é maior em relação a um carro de linha apenas nos primeiros seis meses. Depois, seguem a perda normal dos usados.

"Se o consumidor ficar pelo menos dois anos com o carro, a desvalorização será igual à que ocorre normalmente no mercado de seminovos, que já é significativa", afirma Paulo Roberto Garbossa, diretor da consultoria ADK.

"Ao sair da loja, qualquer carro já perde de 10% a 15% do valor." Para ter vantagem no caso de um modelo que está saindo de linha, "é preciso negociar pelos menos 20% de desconto", sugere o analista.

As próprias montadoras, em parceria com os distribuidores, oferecem descontos especiais alguns meses antes do fim da produção do automóvel que será substituído. Até porque o consumidor atual é mais informado e vai para a loja ciente da mudança.

No passado, quando o mercado era dominado por poucas fabricantes, os lançamentos eram mais escassos - em razão da baixa concorrência - e as empresas faziam segredo da mudança até o último momento.

Com a facilidade de comunicação atualmente, é difícil não vazar nenhuma informação, afirma Garbossa. "As montadoras hoje são mais transparentes; há alguns anos o consumidor era pego de surpresa com as mudanças", diz. Agora, o único segredo que as empresas guardam até o lançamento é o preço.

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Pré-lançamentos

A estratégia de lançamento também mudou. A Ford já fez neste ano três pré-lançamentos do novo EcoSport, que só estará à venda em setembro. O primeiro foi em janeiro, ao mostrar um protótipo do jipinho a autoridades em Brasília; o segundo, em abril, já do modelo definitivo, durante evento para mais de 50 mil pessoas na Bahia; e em maio, num shopping de São Paulo, com as presenças do jogador Robinho e do goleiro Marcos.

De janeiro a maio, a venda média do modelo atual, que foi lançado em 2003 e passou por reestilização em 2007, foi de 2,3 mil unidades ao mês. Em 2010, essa média era de 3,5 mil unidades e, em 2011, de 3,2 mil unidades. No acumulado do ano, foram vendidas 11,7 mil unidades. Seu maior concorrente, o Renault Duster, vendeu 12,9 mil unidades e, pela primeira vez, desbancou o rival da liderança no segmento de utilitários esportivos.

Segundo Ramon Valladares Caminha, gerente de vendas da Sonnervig, revenda Ford com cinco lojas na Grande São Paulo, a montadora parou de entregar o modelo, mas há estoques na rede. "As vendas continuam aquecidas", informa Caminha, que vende a versão Freestyle 1.6 por R$ 49 mil, preço que inclui bônus bancado pela montadora e a concessionária.

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Pesquisa da agência AutoInforme/Molicar mostra que, em um ano, o preço do EcoSport teve desvalorização de 15,3%, incluindo a redução aplicada após o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde 22 de maio. No mesmo período, a média total de redução de preços dos automóveis e comerciais leves novos foi de 3,29%.

Além do EcoSport, a Ford lança em julho a nova picape Ranger, produzida na Argentina. "As últimas unidades foram vendidas com desconto de R$ 8 mil e se esgotaram", informa Caminha. "Se tivéssemos mais, teríamos vendido." Outra novidade da marca para o fim do ano é a versão renovada do Fusion, importado do México.

Morte digna

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A General Motors tem três lançamentos de peso para este semestre. Na próxima semana, apresenta a minivan Spin, que terá versões para cinco e sete passageiros e substituirá, de uma vez, a Meriva e a Zafira. A GM não confirma a saída imediata de linha dos dois modelos, mas já anunciou o fim de um turno de trabalho na linha de montagem de São José dos Campos (SP).

Segundo revendedores, a montadora deve dar um "fim digno" às duas minivans com o lançamento, em breve, de uma série especial que viria recheada de opcionais, mas a preços "camaradas". A mesma estratégia foi adotada no ano passado, quando o Vectra saiu de linha para dar lugar ao Cruze.

Antes de fechar a linha, a GM produziu 2 mil unidades de uma série especial denominada Collection, que começou a R$ 65,4 mil mas, no fim do estoque, estava a R$ 59,8 mil.

De janeiro a maio, as vendas da Meriva caíram 60% em relação ao mesmo período de 2011, para 6,7 mil unidades. Os preços das versões do modelo caíram entre 6,6% e 10% entre abril de 2011 e maio deste ano, segundo a AutoInforme/Molicar. A Zafira, que vendia cerca de 770 unidades ao mês em 2010, viu essa média cair para 645 em 2011 e para 487 nos cinco meses deste ano.

Antes de dezembro, a GM apresentará a nova Blazer e um produto da família chamada de Onix, que deve inicialmente substituir o Prisma, modelo que teve as vendas reduzidas para 3 mil unidades por mês na média deste ano, ante 4,2 mil em 2011 e 5,2 mil em 2010. Os preços em um ano caíram até 12%, também incluindo o corte do IPI.

Na lista dos que serão substituídos em breve estão ainda o Fiat Punto (pelo novo Punto), Citroën C3 (novo C3), Peugeot 207 (pelo 208) e os importados Hyundai i30 (i30), Santa Fé e Vera Cruz (novo Santa Fé substituirá os dois). A Volkswagen vai trazer da Alemanha o novo Passat CC, que passará a se chamar apenas CC.

A Citroën confirma que prepara um lançamento para o segundo semestre, mas não admite que o atual C3 sairá de linha. A Renault vai parar de produzir o Mégane Grand Tour, porém ele não terá substituto.

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Entre os novatos, mas sem a missão de substituir outros carros, estão o Toyota Etios, o Hyundai HB e o Suzuki Jimmy - os três serão produzidos em fábricas a serem inauguradas. Na lista dos importados chegam, entre outros, o Volkswagen Beetle, o Toyota Prius, o Citroën C4, o JAC J2 e o Chery Fullwin.

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