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Com a pirataria, País perde ''''uma'''' CPMF

Perda com roupas, tênis, brinquedos e outros produtos supera os R$ 40 bi

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O consumo pirata de três produtos - roupas, tênis e brinquedos - provocou este ano rombo aproximado de R$ 20 bilhões em impostos que deixaram de ser pagos, o equivalente à metade do que o governo deixará de arrecadar com a CPMF, segundo pesquisa realizada pelo Ibope. Se forem incluídos outros itens como CDs, eletrônicos e óculos, o montante ultrapassa toda a perda com o fim da contribuição provisória, calculada em R$ 40 bilhões. A pesquisa leva em conta valores médios gastos com produtos falsificados tendo como base amostra de 2.226 consumidores com mais de 16 anos de idade ouvidos pelo Ibope. O trabalho foi encomendado pela Câmara de Comércio dos EUA - US Chamber e a Associação Nacional pela Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi), que reúne 12 empresas, entre as quais a Vale, Warner, Natura e Bosch. Segundo o estudo, 73% da população comprou produtos falsos este ano. Entre os pesquisados da Classe A, 49% afirmaram ter adquirido itens piratas, porcentual que sobe para 63% entre pesquisados da Classe B e para 66% entre os da Classe C. Nas classes D e F o índice é de 59%. Campanhas contra a pirataria não surtiram efeito. De 2006 para 2007 houve aumento de 8% no valor gasto com roupas, tênis e brinquedos que imitam marcas famosas e são vendidos a preços bem abaixo do mercado. "As campanhas precisam ser mais eficazes, e talvez seja preciso investir mais no combate à pirataria", diz José Henrique Werner, diretor secretário da Angardi. O rombo nos três itens refere-se ao que deixou de ser arrecadado em impostos como IPI e ICMS, diz Werner. Enquanto no Brasil como um todo o consumo pirata cresceu, em São Paulo houve queda de 37% no valor gasto com esses produtos, para R$ 539,8 milhões este ano. Pesquisa paralela feita em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife, incluindo mais 10 categorias (relógios, óculos, bolsas/carteiras/mochilas, perfumes, jogos eletrônicos, canetas, tesouras/alicates, furadeiras, pilhas/baterias e artigos de papelaria), aponta que a indústria legalizada deixa de faturar o equivalente a R$ 50,4 bilhões por causa da concorrência pirata. Segundo Werner, a maioria dos entrevistados reconhece que a pirataria contribui para a sonegação, reduzindo investimentos em setores sociais, mas justifica o consumo alegando que marcas famosas lucram muito e a produção de falsificados cria empregos em países pobres, enquanto a de marcas cria vagas em países ricos. A faixa etária que mais consome produtos de origem duvidosa é a de 16 a 24 anos. Os principais fornecedores são China, Índia, Rússia e Paraguai.

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