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Com alimentos, inflação para baixa renda desacelera em junho

No entanto, índice acumula alta de 9,11% em 12 meses e supera a inflação entre famílias com maior rendimento

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A inflação que atinge mais as famílias de baixa renda perdeu força entre maio e junho deste ano. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que é calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos mensais (entre R$ 415 e R$ 1.037,50), e que ficou em 1,29% em junho, ante taxa de 1,38% em maio, segundo dados da FGV. O grupo Alimentação desacelerou (de 2,85% para 2,5%) de maio para junho. Veja também: Entenda a crise dos alimentos    Entenda os principais índices de inflação  Temendo alta nos preços, bancos dificultam crédito Crise dos alimentos pode ser 'oportunidade' para o País, diz Lula Inflação da baixa renda pode ser o dobro do índice geral no ano  Porém, no ano até junho, o IPC-C1 acumula taxa de 5,97%. No acumulado dos últimos 12 meses até o mês passado, a variação atinge 9,11% - o maior nível registrado para esse tipo de índice na série histórica do indicador. Ainda segundo comunicado da FGV, "o IPC-C1 continua a superar o Índice Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR) nas taxas mensal, anual e acumulada nos últimos 12 meses". O IPC-BR, que mede a inflação entre as famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos (de R$ 415 a R$ 13.695) subiu 0,77% no mês passado - e registrou, até junho, taxas de 3,84% no ano e 5,96% nos 12 últimos meses. Na análise da fundação, essa taxa acumulada em patamar elevado foi causada pela movimentação de preços do grupo Alimentação, cuja alta acumulada em 12 meses passou de 17,01% para 18,88%, de maio para junho. A instituição esclareceu, em comunicado, que das sete classes de despesa pesquisadas para cálculo do índice, três apresentaram desaceleração de preços, na passagem de maio para junho. Além do grupo Alimentação, foi o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,28% para 0,65%); e Vestuário (de 0,76% para 0,55%). Já outros três grupos apresentaram aceleração ou fim de deflação de preços. É o caso de Habitação (de 0,37% para 0,67%); Educação, Leitura e Recreação (de -0,48% para 0,17%); e Despesas Diversas (de 0% para 0,05%). Um grupo, Transportes, permaneceu com inflação estável, no período (de 0%). Alimentos A perda de força na elevação de preços de alimentos in natura e de derivados de trigo contribuiu para a leve desaceleração na taxa do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mensura a inflação na população de baixa renda, de maio para junho (de 1,38% para 1,29%). A avaliação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. De acordo com ele, houve desacelerações de preços, de maio para junho, de pão francês (de 5,42% para 1,79%); macarrão (de 4,41% para 2,68%); e hortaliças e legumes (de 9,86% para 0,96%). Além disso, o economista comentou que outros itens também ajudaram a manter o IPC-CI em uma taxa menor, em junho. Houve quedas e elevações de preços menos intensas em óleo de soja (de 1,94% para -1,70%); e leite (de 2,82% para 0,53%). Porém, o economista comentou que, mesmo com a taxa menor em junho ante maio, a alta do IPC-CI no mês passado foi a segunda maior taxa mensal da série histórica do índice, iniciada em 2004, perdendo apenas para a taxa apurada em maio deste ano (1,38%). Texto ampliado às 14h20

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