Com o voto a favor da delegação brasileira, o colombiano Sergio Díaz-Granados foi eleito nesta segunda-feira, 5, como presidente-executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina, também conhecido como CAF (Corporação Andina de Fomento). O banco é uma das principais instituições multilaterais de fomento, ao lado do Banco Mundial, e é composto por 17 países da América Latina, incluindo o Brasil, além de Portugal e Espanha.
O colombiano disputava a presidência do órgão com o argentino Christian Gonzalo Asinelli, nome defendido pelo presidente Alberto Fernández, da Argentina, que buscava aumentar sua influência diplomática na entidade e na região. Mas a indicação de Asinelli tinha a resistência do Brasil, Chile, Equador e Uruguai, que apoiavam o candidato colombiano.
Em março, o então presidente-executivo do CAF, o peruano Luis Carranza Ugarte, renunciou ao cargo e acusou o governo Fernández de fazer pressão para nomear uma pessoa para a vice-presidência que, segundo Ugarte, não tinha competências para assumir o posto.
Após negociação, os países-membros concordaram em nomear Asinelli para a vice-presidência do órgão e chegaram a um consenso para eleger Sergio Díaz-Granados por unanimidade. O colombiano obteve 17 votos a favor e zero contra. A Venezuela, que tem direito a dois votos por ser um dos países fundadores do CAF, se absteve.
Sergio Díaz-Granados assume o cargo no próximo dia 1º de setembro para um mandato de cinco anos. Ele atualmente é diretor-executivo para a Colômbia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e foi ministro do do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, entre 2010 e 2013, no governo de Juan Manuel Santos.
O CAF é uma das principais instituições multilaterais de financiamento de projetos na América Latina. Em 2020, a entidade destinou US$ 14,1 bilhões em empréstimos para projetos na região, sendo US$ 1,6 bilhão para o Brasil.