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Com cadastro positivo, juros bancários poderão cair

As taxas passam a variar de acordo com a "nota de crédito" de cada pessoa e indicará se o consumidor é um bom pagador ou um caloteiro. Isso poderá representar uma redução significativa nas taxas

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

A aprovação da proposta de criação do cadastro positivo, que passou pela Câmara hoje e agora vai para o Senado, deverá permitir ao consumidor brasileiro a vantagem de negociar as taxa de juros nos empréstimos com lojas e financeiras. As taxas passam a variar de acordo com a "nota de crédito" de cada pessoa, assim como fazem os americanos. Essa nota indica se o consumidor é um bom pagador ou um caloteiro da pior espécie. Isso poderá representar uma redução significativa nas taxas de juros dos empréstimos.    Câmara aprova cadastro positivo de crédito   A irlandesa Experian, líder mundial de mercado de informações de crédito e que recentemente comprou a Serasa, já se prepara para lançar esse produto de crédito interativo no País. Por meio de um site, batizado nos EUA de www.consumerinfo.com, o consumidor entra com os seus dados de crédito, define o bem que quer comprar e obtém a sua classificação de risco. Com isso, o usuário fica sabendo as condições do empréstimo oferecidas pelas lojas, bancos e financeiras para aquisição desse bem a prazo. O serviço está disponível nos Estados Unidos desde 1999. É gratuito para uma consulta anual.   "Esse serviço já responde por 20% da nossa receita no mundo", afirma o presidente da Experian no Brasil, Gilberto Vasconcelos. A companhia faturou no ano passado US$ 3,079 bilhões em 30 países . Trabalha com cadastro completo, isto é, informações positivas e negativas, em 15 países.   Ele explica que esse novo serviço depende da aprovação da lei que tramita no Congresso. A proposta foi aprovada na Câmara em caráter terminativo e agora depende da aprovação pelo Senado. Com o cadastro positivo, o crédito deverá crescer a uma velocidade ainda maior do que a atual. "Só com as informações negativas, a Serasa amplia os negócios em 20% ao ano".   Potencial do mercado   Foi exatamente o potencial do brasileiro de se endividar que atraiu a empresa para o País. O Brasil é o quinto país em população do mundo e o nível de endividamento é baixo. O crédito destinado a empresas e consumidores equivale a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos Estados Unidos, essa fatia é de 170%.   "O mercado de crédito está só começando no Brasil", afirma Vasconcelos. Na sua opinião, o potencial de mercado tanto está entre os consumidores que não usam o crédito porque os juros são altos, como entre as classes de menor renda, D e E, que não estão cadastradas no sistema financeiro. Há no País 60 milhões de pessoas que não têm acesso ao crédito, observa o executivo.   Além de oferecer um serviço de classificação de risco ao consumidor, Vasconcelos diz que outro segmento que a companhia avalia é o crédito imobiliário. "Lá fora temos grande experiência nessa área", afirma. No Brasil o potencial de crescimento desse segmento é muito grande. Hoje o crédito imobiliário representa 2% do PIB. Nos Estados Unidos, esse indicador está em 70%.

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