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Mercados internacionais fecham sem sentido único com covid-19 e impasse fiscal nos EUA

Ao longo da semana, os negócios foram prejudicados pelos novos casos covid na Europa e nos EUA, e pelo em torno das negociações de novos estímulos entre governo americano e democratas

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Por Redação
Atualização:

As Bolsas da Ásia e de Nova York fecharam sem direção única nesta sexta-feira, 16, com investidores ainda se mostrando cautelosos em meio à disseminação do novo coronavírus e incertezas sobre um novo pacote fiscal nos Estados Unidos. Já na Europa, após as perdas recentes, o dia foi de ganhos, apesar do impasse em torno do Brexit.

Ao longo da semana, os negócios na Ásia e em outras partes do mundo foram prejudicados pelo aumento de casos de infecção por covid-19, principalmente na Europa e nos EUA. Nos últimos dias, Reino Unido, França, Portugal e outros países europeus retomaram medidas de restrição, numa nova tentativa de conter a propagação da doença. 

Mercado de ações do Japão Foto: Eugene Hoshiko/AP Photo

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No entanto, após Johnson & Johnson e Eli Lilly suspenderem os testes, por questões de segurança, para tratamentos que vinham desenvolvendo contra o vírus, uma notícia boa chegou nesta sexta: a americana Pfizer disse que poderá solicitar autorização de uso emergencial de sua possível vacina contra a covid-19 até o final de novembro nos EUA, contanto que receba dados positivos de eficácia e segurança de testes que estão em andamento. A gigante farmacêutica desenvolve a candidata à vacina com a alemã BioNTech

Além disso, dúvidas em torno da capacidade do governo americano de chegar a um acordo sobre novos estímulos fiscais com a oposição democrata também preocupam os investidores. Nesta sexta, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, foi mais uma voz de autoridade local a considerar que é improvável nova medida de apoio fiscal antes da eleição.

Na última quinta-feira, 15, o presidente americano, Donald Trump, disse que está disposto a aumentar o valor da proposta da Casa Branca por um socorro de US$ 1,8 trilhão. Vale lembrar que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, busca US$ 2,2 trilhões.

Bolsas da Ásia 

Na China continental, o índice Xangai Composto teve modesto ganho de 0,13%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,39%. Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 0,41% em Tóquio, o sul-coreano Kospi cedeu 0,83% em Seul e o Taiex registrou baixa de 0,60% em Taiwan, mas o Hang Seng avançou 0,94% em Hong Kong.

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Na Oceania, a Bolsa australiana encerrou a sessão em baixa, com queda de 0,54% do S&P/ASX 200 em Sydney.

Bolsas da Europa 

Na Europa os mercados fecharam com ganhos, apesar do impasse em torno do Brexit. Nesta sexta, o primeiro-ministro do Reino UnidoBoris Johnson, que informou que o país começou as preparações para eventual saída da União Europeia sem acordo comercial com o bloco europeu. As duas partes ainda negociam possível tratado, mas enfrentam impasse em diversas áreas. Em coletiva de imprensa, o premiê acusou os líderes da UE de não quererem fechar um pacto de comércio com os britânicos. Segundo ele, Londres tem condições de passar pela separação sem um acordo comercial. 

O dia também foi de indicadores. Na zona do euro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da região apontou queda de 0,3% na comparação anual de setembro, segundo a Eurostat. Além disso, na balança comercial, as exportações aumentaram 2% em agosto ante julho, enquanto as importações cresceram 0,5%. 

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Hoje, o Stoxx 600 encerrou com alta de 1,26%, enquanto Londres subiu 1,49%, Paris avançou 2,03% e Frankfurt teve alta de 0,62%. Milão, Madri e Lisboa subiram 1,70%, 0,48% e 0,79%. Ajudou nos ganhos, a divulgação dos balanços das montadoras. Fiat Chrysler fechou com ganho de 4,23% em Milão, Volkswagen teve alta de 2,49% em Frankfurt e Peugeot subiu 5,49% em Paris. 

Bolsas de Nova York

Na agenda de indicadores, as vendas no varejo nos EUA cresceram 1,9% em setembro ante agosto, acima da previsão de alta de 0,7% dos analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal. O Morgan Stanley apontou que o dado mostrou que a economia americana continua a se recuperar. O dado recebeu mais atenção do que o recuo inesperado da produção industrial, de 0,6% em setembro na comparação com agosto. Ainda entre os indicadores, a Universidade de Michigan informou que o índice de sentimento do consumidor no país subiu a 81,2 em outubro, ante expectativa de 80,5.

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No final de tarde em Nova York, as bolsas que até então operavam no positivo perderam o fôlego, em sintonia com a queda das ações das gigantes da tecnologia. O Dow Jones fechou em alta de 0,39% e o S&P 500 subiu 0,01%, mas o Nasdaq recuou 0,36%. Na comparação semanal, o Dow Jones teve alta de 0,07%, o S&P 500 subiu 0,19% e o Nasdaq teve ganho de 0,79%. 

Por lá, Apple fechou em baixa de 1,40%, Amazon cedeu 1,98% e Netflix recuou 2,06%. Entre os bancos, Goldman Sachs caiu 1,15% e Citigroup teve baixa de 0,96%, mas Morgan Stanley avançou 1,01%. Já Boeing foi destaque positivo, em alta de 1,89%.

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Petróleo 

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda hoje, em meio a preocupações sobre o impacto da segunda onda de casos de covid-19 na Europa na demanda global. A melhora no sentimento de risco nos mercados globais, contudo, impôs um piso para a queda das cotações, que registraram alta na comparação semanal.

"A queda nos preços foi atribuída aos crescentes temores em relação a novos lockdowns enquanto o coronavírus continua a se espalhar rapidamente", explicou o Commerzbank, em relatório. Já um documento confidencial, revelado hoje pela Reuters, mostrou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) temem que essas novas ondas de covid-19 pelo mundo e o salto na produção da Líbia empurrem os estoques da commodity energética para um quadro de volume excedente em 2021.

Nesta sexta,  o WTI para novembro caiu 0,19%, a US$ 40,88 o barril, mas avançou 0,69% na semana. Já o Brent para dezembro recuou 0,53%, a US$ 42,93 o barril, tendo variação semanal positiva de 0,30%./MAIARA SANTIAGO E ANDRÉ MARINHO

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