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Com cenário incerto, estratégia é manter ações defensivas

Ações de caráter mais defensivo, como a Ambev, Sabesp, B3, Taesa, Suzano e Klabin estão entre as mais recomendadas

Por Beth Moreira
Atualização:

A preocupação com a instabilidade política e com os rumos da economia continuam predominando nas equipes de análise de bancos e corretoras. Em tempos de incerteza, as estratégias recaem, majoritariamente, sobre ações de caráter mais defensivo. Ambev, Sabesp, B3, Taesa, Suzano, Klabin estão entre as recomendadas.

A XP Investimentos, por exemplo, trocou Banco do Brasil por Ambev. A corretora acredita que os papéis da fabricante de bebidas devem apresentar recuperação após a queda da semana passada. “Embora o cenário pós-delação tenha trazido grande incerteza política, os fundamentos de Ambev não devem sofrer impacto significativo no ano, o que nos leva a acreditar que o nível de preço atual da ação ainda pode se recuperar no curto prazo, mesmo considerando um nível de risco superior”, explica.

Maiores altas entre as ações indicadas pelas corretoras na última semana Foto:

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A corretora acrescenta ainda que em um cenário de volatilidade maior, prefere se posicionar em papéis de “qualidade”, e com perfil resiliente. “Retiramos Banco do Brasil justamente de forma a proteger a carteira de possíveis oscilações”, justifica.

A Lerosa substituiu Sanepar por B3. A aposta na Bolsa explica-se pelo maior beta (correlação com o índice Bovespa) da ação e crescimento de receitas advindas não só de segmentos mais voláteis como BM&F e Bovespa, como manutenção da receita resiliente advinda da Cetip.

O analista Vitor Suzaki destaca que os dados operacionais de maio da B3 devem vir com melhora na receita, por conta de novo recorde de transações no segmento Bovespa, e mesmo aumento do volume na BM&F. “Além disso, podemos observar novamente movimentos de IPOs programados, como o do Carrefour e que tende a atrair atenção de estrangeiros novamente ao Brasil”, comenta.

A opção da Rico foi por trocar toda a carteira para mantê-la diversificada. A composição traz Light, Randon PN, São Martinho, Suzano PNA e Vale PNA. “Diante da instabilidade política e incertezas internas, ainda enxergamos muita volatilidade à frente e por esta razão recomendamos uma carteira diversificada”, explica o analista Roberto Indech.

A Guide Investimentos traz as units da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) e Klabin na carteira, no lugar de Cesp PNB e Rumo, que devem seguir pressionadas com o cenário político. Ficam no portfólio Petrobrás PN, Hypermarcas e Sabesp. A composição ocorre em meio à preocupação de ter ativos mais defensivos.

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A escolha de Taesa deve-se à característica mais defensiva do papel. “A ação deve contribuir de forma positiva para a carteira em meio às incertezas locais”, avalia o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Guide. Já a Klabin se beneficia da alta do dólar. “A empresa ainda é destaque do setor, apresentando sólida performance em seu modelo de negócios e boa estratégia de execução em suas novas operações.”

Ainda sobre a carteira, a Guide explica que manteve Hypermarcas devido à resiliência do papel em períodos mais desafiadores. Com essa mesma característica, manteve Sabesp, embora a revisão tarifária tenha sido adiada para o fim de julho. "O ativo é considerado defensivo pelas características intrínsecas ao negócio e por contar com uma volatilidade menor que a do mercado", explica Pereira. Em relação à Petrobrás, a expectativa da Guide é de que a estatal continue com sua política de preços, podendo ainda se beneficiar com a disparada do dólar.

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