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Coronavírus: índices de confiança têm queda histórica e sem previsão de melhora, diz FGV

FGV divulgou extraordinariamente uma prévia das sondagens que apura mensalmente

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A confiança de consumidores e de empresários de todos os setores da economia foi fortemente abalada pela pandemia do novo coronavírus e não há qualquer previsão de melhora. Pelo contrário, é esperada uma piora nos próximos meses, avaliou Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Índices de confiança de consumidores e de empresários de todos os setores da economia têm forte queda pela pandemia do novo coronavírus. Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS

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A FGV divulgou extraordinariamente uma prévia das sondagens que apura mensalmente. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 27,6 pontos na prévia de abril em relação ao resultado fechado do mês de março, para 53,7 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 22,1 pontos, para 58,1 pontos. Se confirmados, ambos os indicadores descerão aos menores níveis da série histórica.

“Esse nível de confiança é muito baixo. O nível de normalidade é de 100 pontos, estamos na metade disso, é um resultado caótico. Ainda não existe previsão de melhora, considerando que não sabemos quanto tempo mais vamos ficar em isolamento social. Se seguirmos o padrão de outros países afetados antes, teríamos uma volta à normalidade em junho ou julho”, lembrou Viviane.

Os resultados das prévias têm como base dados coletados até o dia 13 de abril, abrangendo mais de 50% da amostra total. Na sondagem do Consumidor, o Índice de Situação Atual diminuiu 10,8 pontos, para 65,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas encolheu 29,1 pontos para 54,8 pontos.

No Índice de Confiança Empresarial (ICE) - que consolida os indicadores de confiança da Indústria, Serviços, Comércio e Construção -, o Índice de Situação Atual recuou 29,4 pontos, para 62,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas tombou 39,7 pontos, para 48,2 pontos.

Houve forte perda de confiança em todos os quatro grandes setores e nos 49 segmentos pesquisados. O Índice de Confiança da Indústria caiu 39,0 pontos na prévia de abril, para 58,5 pontos. O Índice de Confiança dos Serviços encolheu 34,9 pontos, para 47,9 pontos. O Índice de Confiança do Comércio diminuiu 26,8 pontos, para 61,3 pontos, enquanto o Índice de Confiança da Construção teve redução de 29,1 pontos, para 61,7 pontos.

“Apesar de a indústria ter tido uma queda maior, quem está no pior nível é o setor de Serviços, que está sendo muito afetado nesse momento. Os serviços estão completamente parados”, observou Viviane.

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As prévias das sondagens da FGV coletaram informações de 2.238 empresas e de 1.478 consumidores entre os dias 1 e 13 de abril.

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