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Com covid-19, turismo já acumula perda de R$ 122 bilhões no faturamento, aponta CNC

Segundo o estudo da CNC, os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo concentram 50,2% do prejuízo registrado nas atividades turísticas

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO – As atividades turísticas registraram alta de 6,6% em maio ante abril, conforme os dados do setor de serviços divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas isso não impediu que, de março a junho, na esteira da pandemia de covid-19, o turismo acumulasse uma perda de R$ 121,97 bilhões no faturamento, conforme estudo da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Rio de Janeiro foi um dos Estados que acumulou maior prejuízo no setor turístico. Foto: Riotur

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A alta de maio foi insuficiente para resgatar as atividades turísticas do fosso em que caíram com o pandemia. Conforme o IBGE, o avanço de 6,6% em maio se seguiu a um tombo de 68,1% em março e abril. Na comparação com maio de 2019, as atividades turísticas seguiram em forte queda, de 65,6%. O IBGE destacou o transporte aéreo, restaurantes, hotéis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê como os negócios mais atingidos pela pandemia.

Para chegar à estimativa de perdas de faturamento entre março e junho, a CNC usa dados do IBGE e de outras fontes para calcular o faturamento mensal do setor, comparando sempre com o faturamento médio mensal de antes da pandemia, ou seja, de janeiro e fevereiro deste ano. Os dados preliminares de junho apontam para um faturamento R$ 34,18 bilhões abaixo da média mensal do início do ano. Somados com as diferenças registradas em março, abril e maio, chega-se aos R$ 121,97 bilhões.

Segundo o estudo da CNC, os Estados do Rio de Janeiro (R$ 17,49 bilhões) e São Paulo (R$ 43,83 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, concentram 50,2% do prejuízo registrado nas atividades turísticas. “Essas perdas se refletem, por exemplo, nas quedas de fluxo de passageiros nos principais aeroportos dessas duas unidades da Federação. Ao final de junho, os aeroportos de Congonhas e Galeão registravam quedas de 90% e 85%, respectivamente no fluxo de aeronaves tendo-se como base o trafego antes da covid-19”, diz o relatório divulgado pela CNC nesta sexta-feira, 10.

O estudo destaca ainda que o estado do mercado de trabalho corrobora como quadro de crise. Dados compilados no Caged, o cadastro administrativo de demissões e admissões do Ministério da Economia, apontam para o corte de 275,7 mil postos formais de trabalho entre março e maio nos subsetores de alojamento e alimentação fora do domicílio. Segundo a CNC, esses dois setores respondem por 57% dos empregos no turismo.