O presidente-executivo (CEO) da financiadora de hipotecas norte-americana Countrywide Financial, Angelo Mozilo, deixará de receber US$ 37,5 milhões em honorários, benefícios e indenização por demissão, diante da pressão de políticos que o recriminaram por continuar a extrair grandes somas da empresa enquanto milhões de norte-americanos enfrentam a ameaça de execuções hipotecárias. Num comunicado divulgado no final da noite de ontem, a Countrywide informou que Mozilo, de 69 anos, perderá a indenização por demissão, honorários e emolumentos que ele receberia quando se aposentasse. Mozilo deve deixar a Countrywide quando o Bank of America completar a aquisição da financiadora de hipotecas, por US$ 4 bilhões. A venda deve ser concluída no terceiro trimestre, embora alguns investidores digam que a operação pode ser suspensa se os negócios da Countrywide continuarem a se deteriorar. A desistência do recebimento da indenização não protege totalmente o executivo, que se tornou o rosto público da crise hipotecária por presidir a maior financiadora de hipotecas dos EUA. A senadora Hillary Clinton recentemente chamou de "ultrajante" o pacote de benefícios recebido por Mozilo e o senador Charles Summer pediu que ele doasse parte do pagamento para serviços de aconselhamento a devedores de hipotecas angustiados. A decisão de Mozilo, porém, pode deixá-lo um pouco menos exposto à artilharia de Washington. Ele deve depor no dia 7 de fevereiro em uma audiência convocada pelo deputado republicano Henry Waxman, que preside o Comitê de Reforma do Governo e Supervisão da Câmara. Waxman busca informações sobre o pacote de benefícios dos principais executivos financeiros das empresas que quebraram devido às perdas no mercado de hipotecas. As informações são da Dow Jones.