META MENOR
Em setembro, o mau resultado veio do governo central (governo federal, BC e Previdência), com déficit primário de 20,995 bilhões de reais. Mais cedo, o Tesouro informou que isso ocorreu por maiores gastos com o 13º salário de aposentados e pensionistas, além de menores receitas.
Diante disso, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, já admitiu que terá de reduzir a meta de superávit primário deste ano. E, para isso, terá de mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para elevar o montante que o governo poderá abater do resultado em investimentos e desonerações.
"Tivemos em 2014 crescimento bem abaixo do que originalmente estávamos trabalhando... Também (houve) choques de oferta no Brasil que geraram política monetária contracionista e isso teve efeito na atividade. Devido a isso, o crescimento da receita foi bem abaixo do que estimávamos", afirmou Arno.
O BC informou ainda que os governos regionais registraram déficit primário de 3,061 bilhões de reais em setembro, enquanto que as estatais, de 1,435 bilhão de reais.
Com esse quadro, o déficit nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros-- do setor público ficou em 69,376 bilhões de reais no mês passado, enquanto a dívida pública representou 35,9 por cento do PIB.
Com o cenário de atividade ainda fraca também para 2015, o governo estuda reduzir a meta de superávit primário do próximo ano. O objetivo cheio é de 143,3 bilhões de reais, ou 2,5 por cento do PIB, mas o governo já havia anunciado que perseguiria 2 por cento.
Esse movimento, caso ocorra de fato, poderia ser outro movimento do governo para recuperar a confiança dos agentes econômicos.
(Reportagem adicional de Alonso Soto, em Brasília, e Bruno Federowski, em São Paulo)