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Com deságio de 40,5%,CCR vence leilão da Rodovia de Integração do Sul

Em briga com outras quatro concorrentes, companhia de concessões públicas ofereceu a menor tarifa básica de pedágio, ante a tarifa máxima, fixada em R$ 7,24; como deságio ofertado foi elevado, CCR terá que fazer aporte inicial de R$ 1,3 bi na empresa a ser criada

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast), Luciana Collet (Broadcast) e Letícia Fucuchima
Atualização:

A CCR levou nesta quinta-feira, 1.º, o lote de estradas que compõe a Rodovia de Integração do Sul (RIS), ao oferecer a menor tarifa básica de pedágio, de R$ 4,30545, com deságio de 40,53% ante a tarifa máxima, fixada em R$ 7,24. O leilão, realizado na B3, foi o primeiro de rodovias no governo Michel Temer. Após o resultado, as ações ordinárias da companhia fecharam o dia com alta de 1,64%, a R$ 11,15.

A CCR disputou com outras quatro concorrentes os 473,4 quilômetros que formam o lote rodoviário gaúcho, composto por parte da BR-101 e mais três rodovias federais (BR-290/BR-386/BR-448), passando pelas cidades de Osório, Passo Fundo, Canoas e Porto Alegre.

CCR disputou com outras quatro concorrentes lote rodoviário gaúchocomposto por parte da BR-101 e mais três rodovias federais. Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

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A Infraestrutura Brasil Holding 2 SA (Pátria) deu o segundo melhor lance, ao propor tarifa básica de R$ 4,43570 (deságio de 38,73%). Em seguida, vieram a Ecorodovias (37,02%), a espanhola Sacyr (27,43%) e o Consórcio Integra Sul, formado por três construtoras de médio porte do Sul do País (27,2%).

O principal atrativo da RIS é a chamada “Freeway”, entre os municípios gaúchos de Porto Alegre e Osório.

Como o deságio ofertado foi elevado, a CCR terá que fazer um aporte inicial de R$ 1,3 bilhão na empresa a ser criada para tocar a concessão, que tem um contrato de 30 anos. Para evitar lances “aventureiros”, o edital estabeleceu que, quanto maior o deságio, maior a exigência de capital na integralização da concessionária.

“Esse aporte fará frente aos investimentos iniciais da concessão”, afirmou em coletiva de imprensa José Braz, presidente da Lam Vias, braço do grupo CCR responsável pela concessão de rodovias federais. “À medida em que houver necessidades de aportes adicionais, iremos ao mercado (buscar recursos). Isso deve acontecer por volta de 2023”, completou.

Os investimentos previstos são de R$ 7,8 bilhões, e os custos operacionais para manutenção atingem R$ 5,6 bilhões.

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O lance da CCR de R$ 4,30 para os pedágios da RIS será homologado até o primeiro trimestre de 2019 e, portanto, passará a ser cobrado a partir daí para os cerca de 24 mil veículos que circulam diariamente pelo conjunto de rodovias.

Mercado

Para analistas, a RIS permite que a CCR estenda a duração do portfólio de concessões.

O BTG Pactual observa que, embora o desconto de 40% possa parecer agressivo, dois outros grupos que disputavam o ativo (Pátria Investimentos e EcoRodovias) deram lances próximos a esse nível, sinalizando que as premissas adotadas pelo governo eram conservadoras.

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