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Com dólar alto, gasto do brasileiro no exterior cai quase 10% em junho

Em junho, a cifra somou US$ 1,683 bi, contra US$ 1,866 bi em igual mês do ano passado 

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Por Redação
Atualização:

Texto atualizado às 12h13

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SÃO PAULO - Os gastos dos turistas brasileiros no exterior continuam a recuar, impactados pelo dólar valorizado. Em junho, a cifra somou US$ 1,683 bilhão, um recuo de quase 10% perante o mesmo mês do ano passado (US$ 1,866 bilhão), segundo dados do Banco Central.

No acumulado do primeiro semestre, contudo, os gastos do brasileiro lá fora ainda superam o resultado em igual período do ano passado: US$ 10,702 bilhões contra US$ 10,242 bilhões.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, anunciou que julho registra saldo negativo de US$ 1,028 bilhão na conta do turismo no exterior, conforme dados atualizados até o último dia 20. O valor foi gerado pelas despesas de brasileiros no exterior, que somou US$ 1,401 bilhão e, ao mesmo tempo, a receita obtida com estrangeiros em viagem ao Brasil, que alcançou US$ 373 milhões.

Rocha anunciou, ainda, que o mês de julho deve terminar com déficit na conta de viagens em torno de US$ 1,5 bilhão, comparável com o resultado de igual mês de 2011, quando a conta ficou negativa em US$ 1,75 bilhão. O chefe-adjunto do departamento do BC também anunciou que a conta de serviços financeiros registra saldo positivo de US$ 19 milhões em julho até o dia 20. Outros itens da conta de serviços apresentam saldo negativo no mesmo período: computação e informação (US$ -152 milhões), royalties (US$ -132 milhões) e aluguel de equipamentos (US$ -518 milhões).

Em janeiro, os turistas brasileiros gastaram US$ 1,99 bilhão, mas o valor recuou para US$ 1,74 bilhão em fevereiro e US$ 1,62 bilhão em março. Em maio, os gastos voltaram a aumentar e chegaram a US$ 1,8 bilhão.

Os estrangeiros gastaram US$ 462 milhões em junho e, com isso, o saldo de viagens internacionais registrou déficit de US$ 1,22 bilhão no mês passado e de US$ 7,231 bilhões de janeiro a junho.

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Câmbio

De acordo com Rocha, a alta do dólar afetou o estoque de investimentos estrangeiros diretos e em ações. O IED, por exemplo, caiu US$ 92 bilhões no segundo trimestre em relação ao verificado no final de março. Em relação às ações, recuou US$ 95 bilhões no mesmo período de comparação.

A redução desse estoque é um dos fatores que têm contribuído para diminuir as remessas de lucros e dividendos para o exterior, segundo Rocha. Os outros fatores são a desaceleração da economia brasileira, que afeta o lucro das empresas e o efeito do câmbio sobre os valores remetidos, afirmou.

"As remessas têm três determinantes. Temos remessas sobre estoque menor. A taxa de crescimento mais moderada da economia afeta os lucros. E a taxa de câmbio, na conversão de reais para dólares, contribui para reduzir os fluxos", afirmou.

O BC informou também que no mês passado as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 1,537 bilhão e alcançaram US$ 9,981 bilhões no primeiro semestre de 2012. Já os gastos com juros levaram a uma saída de US$ 681 milhões em junho e de US$ 4,471 bilhões nos seis primeiros meses do ano.

(Com Agência Estado)

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