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Com impostos maiores, bebidas podem subir 5% no atacado

Por João Villaverde e IURI DANTAS E LAÍS ALEGRETTI
Atualização:

O governo federal publicou nesta quarta-feira, 30, no Diário Oficial da União (DOU) uma tabela de tributos sobre os fabricantes de bebidas frias diferente daquela anunciada anteontem à noite pela Receita Federal. Segundo uma fonte graduada do setor afirmou ao Estado, a tabela efetiva contém tarifas 10% maiores, em média. De acordo com cálculos feitos por empresas da área, como Ambev, Heineken, Coca-Cola entre outros, os preços no atacado devem aumentar "pelo menos 5%", e não 1,3%, como disse anteontem o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto. Para o consumidor, é possível que o aumento seja ainda maior, porque o varejo também pode repassar os custos mais elevados."Ninguém foi consultado previamente, o anúncio ontem pegou todos de surpresa. O setor recebeu como uma hecatombe", afirmou a fonte do setor, envolvida nas reuniões para formulação da estratégia que será tocada, a partir de agora, para "evitar, a qualquer custo, que esse aumento de tributo comece". O texto publicado no DOU determina que o aumento entre em vigor no dia 1º de junho, menos de duas semanas antes do início da Copa do Mundo no País.Trata-se do segundo aumento de tributos sobre os fabricantes de bebidas frias em 30 dias. Isto porque, no dia 1º de abril, a antiga tabela de preços sobre os produtos e embalagens foi reajustada em 4% pela Receita. Agora, o governo baixou uma nova tabela. "Aquele aumento de 4% foi trabalhado, conseguimos encaixá-lo na estrutura de custos. Agora não, o aumento foi inaceitável", disse a fonte, que criticou as escolhas do governo. "Bilhões são gastos em renúncia fiscal para setores que estão sempre em dificuldades, enquanto o nosso permanece sem auxílio, ao contrário."Anúncio.O reajuste foi anunciado de surpresa, pela Receita, no início da noite de terça-feira. O objetivo do governo é levantar recursos para contrabalançar as despesas crescentes do setor elétrico, que vive uma crise provocada pela estiagem e devido às medidas tomadas pelo governo para obter um desconto na conta de luz. A situação foi agravada com o desempenho aquém do desejado da arrecadação de impostos no primeiro trimestre do ano, que coloca em dúvida o cumprimento da meta fiscal de 2014.

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