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Com inflação elevada, mercado projeta Selic em 15,25% em 2016

No último relatório Focus do ano, mercado se mostra cético e projeta queda de 2,81% do PIB no ano que vem; inflação de 2016 deve fechar acima do teto da meta

Por Bernardo Caram
Atualização:

BRASÍLIA -O último Relatório de Mercado Focus de 2015 apresentou variação acentuada na previsão da taxa básica de juros, a Selic, na comparação com o relatório da semana passada. Antes projetada em 14,75%, a Selic agora deve fechar 2016 em 15,25%. Hoje, os juros estão em 14,25% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, realizada em 25 de novembro, o colegiado manteve a Selic inalterada, mas com dois votos dissidentes de alta (0,50 pp). Um próximo encontro está marcado para o dia 20 de janeiro.

O foco do Banco Central para a meta de inflação é o ano de 2017, cujas projeções na Focus são atualizadas a partir das 9 horas. Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 no médio prazo, a estimativa para 2016 ficou estável em 13,00% aa. Um mês atrás, a mediana das projeções estava também em 13%. 

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini Foto: Ueslei Marcelino|Reuters

Inflação. Previsto para encerrar 2016 em 6,87% na semana passada, o IPCA agora está projetado em 6,86%, ainda acima do teto da meta, que é de 6,5%. Já no caso de 2015, a mediana avançou de 10,70% para 10,72%, registrando a 15ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na semana passada, o BC apresentou estimativa de 10,8% para este ano no cenário de referência. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 5,3% para 6,2% no cenário de referência. Para a inflação de curto prazo, a estimativa para dezembro subiu de 0,98% para 1,00% de uma semana para outra ante taxa de 0,85% verificada há um mês. No caso de janeiro do ano que vem, a taxa permaneceu em 0,84% de uma semana para outra. Quatro semanas atrás estava em 0,83%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 7,04% para 6,98% - quatro edições atrás estavam em 7,08%. PIB. As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 foram revisadas para baixo. A perspectiva é de retração de 2,81% da atividade do ano que vem. Há um mês, a mediana das projeções estava em 2,04%. Para 2015, a previsão de contração do PIB ficou estável em 3,70% - um mês antes estava em queda de 3,19%. No Relatório Trimestral de Inflação divulgado na última semana, o BC revisou de -2,7% para -3,6% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2015 saiu de -7,70% para -7,69 % - um mês antes estava em -7,50%. Para 2016, a queda passou de -3,45% para -3,50%. Há quatro semanas, estava em -2,30%. No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção dos analistas ficou estável em 35,50% - quatro edições antes estava no mesmo valor. Para 2016, a taxa foi passou de 40,20% para 40,00% - um mês antes também estava em 40,00%.Câmbio. Para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20 pela oitava semana seguida. O ponto central da pesquisa para a cotação média de 2016 também ficou estável, estimado em R$ 4,11 - um mês atrás, estava no mesmo valor. Já para o fim de 2015, o mercado financeiro deixou estável sua estimativa para o comportamento do câmbio. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado há pouco pelo Banco Central, a moeda deve chegar em 31 de dezembro comercializada a R$ 3,90, mesmo valor estimado no levantamento da semana passada. Um mês antes, a mediana das previsões estava em R$ 3,95. Apesar da mudança, o câmbio médio de 2015 permaneceu em R$ 3,39 pela quinta vez seguida.