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Nova York volta a cair com impasses políticos, enquanto Ásia e Europa fecham sem sinal único

Falta de acordo na aprovação de novo pacote fiscal nos EUA fez crescer o temor de uma medida do tipo talvez não seja mais aprovada antes das eleições

Por Sergio Caldas
Atualização:

Pela quarta vez seguida em um curto período de tempo, o mercado acionário de Nova York voltou a fechar em queda nesta quinta-feira, 10, devido à impasses em torno da aprovação de um novo pacote fiscal para ajudar na recuperação da economia americana no pós-coronavírus. Além disso, um clima misto tomou conta do mercado e deixou os investidores avessos ao risco, o que contribuiu para que a Ásia fechasse com ganhos baixos e rendeu uma queda quase que generalizada da Europa.

Mercado de ações da Coreia do Sul Foto: Lee Jin-man/AP Photo

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Segundo o Washington Post, após os legisladores do Partido Democrata barrarem no Senado uma proposta do governista Partido Republicano de um pacote de estímulo fiscal de US$ 300 bilhões, as perspectivas de que qualquer acordo que tenha a aprovação dos dois partidos seja aprovado diminuíram nos Estados Unidos. Agora, os dois partidos não têm uma trajetória clara para avançar pela aprovação de novos estímulos fiscais antes das eleições de novembro no país.

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou que a oposição poderia buscar um meio termo, mas considera o montante defendido pelo governo muito modesto. Vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) têm citado a importância de haver mais estímulos fiscais, mas a imprensa americana não acredita mais na possibilidade. Mesmo assim, Donald Trump continuou a vender otimismo sobre a recuperação em discurso nesta tarde, de olho nas urnas, mas a falta de mais estímulos pode pesar em breve.

Bolsas da Ásia

Na China continental, as Bolsas ficaram no vermelho após os negócios de algumas ações do ChiNext, índice com foco em tecnologia semelhante ao americano Nasdaq, serem suspensos em função de "volatilidade anormal" em meio a relatos de que o governo tomou medidas para inibir especulação nos mercados, segundo a Reuters

Por lá, os índices chineses Xangai Composto Shenzhen Composto caíram 0,61% e 2,14% cada, após relatos de que Pequim quer coibir as transações especulativas. Já o Hang Seng cedeu 0,64% em Hong Kong. Na contramão, o japonês Nikkei subiu 0,88%, o sul-coreano Kospi avançou 0,87% e o Taiex registrou ganho de 0,66% em Taiwan. A Bolsa australiana encerrou com alta de 0,51%. 

Bolsas da Europa

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Já na Europa, ajudou a derrubar os negócios as sinalizações negativas do Banco Central Europeu (BCE) e de sua presidente  Christine Lagarde, que decidiu manter inalterada a sua política monetária, sem reajustes na taxa de juros. No entanto, o que realmente pesou foi o fato do órgão ter deixado de lado a valorização do euro perante outras divisas fortes, como o dólar, considerando que o movimento não era importante. Entre as principais expectativas dos investidores europeus, estava justamente a possibilidade do BCE enaltecer o fortalecimento da moeda europeia.

Por lá, o Stoxx 600 encerrou em queda de 0,59%. Já a bolsa de Londres caiu 0,16%, a de Frankfurt recuou 0,21% e a de Paris teve baixa de 0,38%. Madri Lisboa caíram 0,31% e 0,64%. Apenas bolsa de Milão subiu e terminou com alta de 0,2%

Bolsa de Nova York

Com o aumento das tensões entre republicanos e democratas, que já assumem posturas eleitorais, a bolsa de Nova York voltou a experimentar uma nova queda e seus índices fecharam novamente em baixa - a quarta em um curto período de tempo. O Dow Jones cedeu 1,45%, o S&P 500 recuou 1,77% e o índice tecnológico Nasdaq perdeu 1,99%. Por lá, os papéis de tecnologia voltaram a figurar entre as maiores baixas: apenas Apple e Microsoft perderam 3,32% e 2,80% cada.

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Petróleo 

O dia foi negativo para o petróleo. O contrato do WTI para outubro fechou em baixa de 1,97%, a US$ 37,30 o barril, na Nymex, e o Brent para novembro caiu 1,79%, a US$ 40,06 o barril, na ICE. Além das incertezas sobre a demanda, hoje o Departamento de Energia (DoE) dos EUA informou que houve alta de 2,033 milhões de barris nos estoques da commodity na última semana, o que contrariou a previsão dos analistas de queda de 1,2 milhão de barris.

Também hoje, o Commerzbank notou em relatório que, com a expansão da covid-19 na Índia, a demanda no país, terceiro maior consumidor global do óleo, será prejudicada. A notícia aumentou ainda mais o pessimismo e as chances de recuperação de um dos setores mais afetados pela pandemia./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

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