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Com menor oferta de açúcar no Brasil, preço subiria 15%--Datagro

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Por Redação
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Os preços do açúcar no mercado internacional devem encontrar fundamentos em uma menor oferta do Brasil na safra 2008/09 para subir até 15 por cento em relação aos valores atuais, avaliou nesta terça-feira a consultoria Datagro. A afirmação está baseada em previsão da própria consultoria de redução da produção no país, o maior produtor mundial da commodity, de 2 milhões de toneladas [ID:nN22284276], enquanto o consumo mundial continua crescendo a uma taxa de 3,5 por cento ao ano. De acordo com o presidente da consultoria, Plinio Nastari, devido aos atuais preços inferiores aos custos de produção, muitas usinas brasileiras postergaram embarques previstos esta safra para a próxima temporada, o que resultará em um "déficit no fluxo" comercial nos próximos meses, que terá efeito nas cotações. "No início, imaginávamos que os produtores fariam mais açúcar, pois os preços estavam melhores do que no ano anterior, mas não é isso que está acontecendo agora", disse Nastari a jornalistas. Preços mais remuneradores do álcool, entretanto, levam usinas a destinarem cada vez mais cana para a produção do biocombustível. Atualmente, o "mix" de produção está em 61 por cento para o etanol. Com uma menor produção de açúcar, o analista prevê os preços do produto de exportação se equiparando com o mercado interno. Atualmente, pela equivalência de preço dos produtos fabricados pelas usinas, o açúcar número 11, negociado na bolsa de Nova York, é cotado a 12,48 centavos de dólar por libra-peso (base FOB), contra 14,29 centavos do açúcar vendido no mercado interno (diferença de 14,5 por cento). "(Assim), o açúcar 11 tem no mínimo 15 por cento de espaço para subir", observou Nastari, salientando que se o mercado subir muito mais pode favorecer um aumento da produção que acabaria pressionando os preços. Como efeito da redução do fluxo comercial, o analista também afirma que a tendência é a "extinção do desconto" (em relação a NY) para o embarque no mercado spot ao exterior. INFLUÊNCIA POSITIVA NO ÁLCOOL "Se houver impacto no preço do álcool, e eu acho que vai haver, ele virá por meio do açúcar", disse Nastari, comentando a influência de uma alta internacional da commodity. Segundo ele, o consumidor brasileiro poderia pagar mais pelo álcool nas bombas nos próximos meses, caso se confirme aquela alta do açúcar, ao mesmo tempo em que a demanda pelo combustível está elevada, pelo crescimento da frota flex. Atualmente, pela equivalência de preços elaborada pela Datagro, o álcool hidratado vale 17 por cento a mais do que o açúcar de exportação, enquanto o anidro está 35 por cento mais valorizado, com valor estimado a 16,85 centavos de dólar por libra-peso (FOB). O álcool anidro é o produto mais valorizado pela menor oferta. O maior aumento da produção de etanol está ocorrendo no hidratado. (Reportagem de Roberto Samora)

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