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Com pandemia, Brasil teve 150 mil pedidos de seguro-desemprego a mais que em 2019

Estimativa do governo federal considera trabalhadores demitidos que ainda não solicitaram o benefício e tem como base o período entre o início de março e 15 de abril

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Thaís Barcellos
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA e SÃO PAULO - O governo federal estimou nesta terça-feira, 28, que a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus provocou, até agora, cerca de 150 mil pedidos de seguro-desemprego a mais que no mesmo período de 2019.

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De acordo com dados divulgados pela equipe econômica do governo, 866.735 trabalhadores deram entrada no pedido do seguro-desemprego entre o começo de março e a primeira quinzena de abril de 2019. Em 2020, no mesmo período, foram 804.538.

Entretanto, o governo estima que aproximadamente 200 mil trabalhadores demitidos durante a pandemia ainda não pediram o benefício  devido ao fechamento de agências do Sine, embora estejam funcionando de forma remota . Isso elevaria o número de pedidos de seguro-desemprego, entre o início de março até a primeira quinzena de abril de 2020, para pouco mais de 1 milhão, ou seja, cerca de 150 mil pedidos a mais que em 2019.

"Tendo em vista fechamento dos sistema Sine, temos demanda reprimida. Ainda temos pequena fila que estamos dando conta rapidamente, mas essa demanda reprimida não passa de 200 mil em março e abril em conjunto", disse o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Ele disse que a fila dos pedidos não ultrapassaria 150 mil pedidos."Temos aumento do desemprego, mas o Brasil está conservando muitos empregos", afirmou

Segundo o Ministério da Economia, São Paulo foio Estado com omaior número de pedidos de seguro-desemprego em março. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

"São resultados de políticas econômicas bem feitas e bem sucedidas desde o início do governo Jair Bolsonaro, que mostram o quão importante são as bases de política econômica e os resultados que se pode ter, seja em um ambiente de normalidade, seja de anormalidade, como temos hoje."

Esses são os primeiros dados divulgados pelo governo a respeito dos efeitos da crise sobre o emprego no Brasil desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo coronavírus, em 11 de março.

A criação ou fechamento de vagas de trabalho no País, propriamente, é divulgada pelo governo com base do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entretanto, o governo suspendeu a divulgação desses números sob a justificativa de que as empresas, afetadas pelas medidas de restrição impostas pelo combate à pandemia, deixaram de enviar os dados.

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No acumulado de janeiro até o dia 15 de abril, o número de pedidos de seguro-desemprego, sem considerar a fila dos que ainda não conseguiram dar entrada no benefício, caiu 7,4% e chegou a 1,856 milhão.

Bianco disse que o governo deverá publicar novas medidas para auxiliar na manutenção do emprego nos próximos dias, incluindo a permissão de que empresas “emprestem” trabalhadores umas para outras.

Secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys afirmou que o dado do seguro-desemprego está “razoavelmente estável”. “Por enquanto, neste primeiro instante de crise, passado já mais de um mês, nós não verificamos um aumento do número de pedidos de seguro-desemprego, o que demonstra para nós que a situação está parecida com o que havia no passado, um ligeiro aumento, mas não é nenhuma explosão perto do que pensávamos, o que todos esperavam que poderia acontecer”.

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