27 de janeiro de 2021 | 10h03
Atualizado 27 de janeiro de 2021 | 11h55
BRASÍLIA - Sob os efeitos econômicos da pandemia de covid-19, o Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 12,517 bilhões em 2020, informou nesta quarta-feira, 27, o Banco Central. O resultado é o melhor para um ano desde 2007, quando houve superávit de US$ 408 milhões.
Com a pandemia, o Brasil viu as importações de produtos caírem, enquanto as exportações se mantiveram em níveis elevados, puxadas pela venda de alimentos para outros países. A projeção do BC era de que o déficit em transações correntes - que traduz as relações comerciais (exportações e importações), de serviços e de rendas com outros países - somasse US$ 7 bilhões em 2020.
O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do País, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
O número de 2020 ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 15,00 bilhões a déficit de US$ 6,80 bilhões (com mediana negativa de US$ 13,10 bilhões).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 43,230 bilhões em 2020, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 19,923 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 38,181 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 11,416 bilhões.
Somente em dezembro, o rombo nas contas externas somou US$ 5,393 bilhões. A balança comercial registrou saldo negativo de US$ 991 milhões no mês passado, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,578 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,054 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 5,558 bilhões.
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27 de janeiro de 2021 | 10h14
Atualizado 27 de janeiro de 2021 | 11h54
BRASÍLIA - Em um ambiente de incertezas sobre o futuro do Brasil, na esteira da pandemia do novo coronavírus, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 34,2 bilhões em 2020, informou nesta quarta-feira, 27, o Banco Central. O resultado é 50,61% inferior aos US$ 69,2 bilhões registrados em 2019. Também é o pior desde 2009.
A marca ainda ficou abaixo das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast para o ano, que iam de US$ 35 bilhões a US$ 50 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de 2020 indicaria entrada de US$ 36 bilhões.
O IDP engloba investimentos mais duradouros no País, como em uma nova fábrica ou ampliação da capacidade de uma instalação já existente no País.
A forte queda do IDP em 2020 é resultado direto da pandemia, que afetou os fluxos de investimentos em todo o mundo. No caso específico do Brasil, a fragilidade fiscal e limitações de infraestrutura também costumam ser apontadas como fatores negativos para a atração de investimentos.
Em setembro, em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro disse que os investimentos diretos no País aumentaram no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019. "Isso comprova a confiança do mundo em nosso governo", afirmou a outros líderes mundiais.
Os números do próprio BC, no entanto, o desmentem. O Brasil registrou no primeiro semestre de 2020 um total de US$ 25,3 bilhões de IDP, valor inferior aos US$ 32,2 bilhões registrados no primeiro semestre do ano passado.
No mês passado, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 739 milhões. O resultado de dezembro também ficou fora das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 1,70 bilhão a US$ 3,72 bilhões. A estimativa do BC também era bem maior, de ingresso de US$ 2,6 bilhões em dezembro.
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27 de janeiro de 2021 | 10h25
BRASÍLIA - As restrições a viagens internacionais implementadas pelos países para frear a pandemia do novo coronavírus e a disparada do dólar fizeram os gastos dos brasileiros caírem para o menor valor desde 2005.
No ano passado, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 5,394 bilhões, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 27. Em 2015, foram US$ 4,719 bilhões.
Dessa forma, a conta de viagens internacionais registrou rombo de apenas US$ 2,35 bilhões em 2020. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em 2019, o déficit nessa conta foi de US$ 11,599 bilhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais no ano passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 5,394 bilhões - queda de 69,34% em relação a 2019. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 3,044 bilhões, o que representa um recuo de 49,22%.
Somente em dezembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 74 milhões.
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