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Com 'pinta de galã', jovem ministro tenta livrar a Argentina da bancarrota

Saiba mais sobre Axel Kicillof, comandante de formação marxista do Ministério da Economia e homem de confiança de Cristina Kirchner

Por Ariel Palacios
Atualização:

BUENOS AIRES - As negociações do governo da presidente Cristina Kirchner com os "holdouts" estão sendo comandadas pelo ministro da Economia, Axel Kicillof, que tomou posse em dezembro do ano passado. Definido na city financeira portenha como "o fundamentalista do kirchnerismo", Kicillof é um acadêmico de formação marxista com um discurso neokeynesiano condimentado com pitadas de peronismo.

Na foto, Cristina discursa em comemoração do aniversário de 55 anos de morte de Eva Peron Foto: Reuters

O jovem de olhos azuis com pinta de galã (segundo definição da revista Vanity Fair) e grande lábia (segundo parlamentares que o sabatinaram no Congresso Nacional) tornou-se o primeiro economista de total confiança da presidente Cristina desde a morte do ex-presidente Néstor Kirchner, que entre 2005 e 2010 foi o ministro de Economia de fato da Argentina.

Economista costuma sustentar que empresários são 'suspeitos por natureza', é avesso às negociações e possui inclinação por teorias da conspiração

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Kicillof, que havia participado anos atrás da reestatização da companhia aérea Aerolíneas Argentinas, foi em 2012 o autor do projeto de expropriação da empresa petrolífera YPF, removida das mãos da espanhola Repsol. O ministro, que havia prometido não pagar um centavo aos espanhóis, assinou um acordo em março passado que implica no pagamento de quase US$ 10 bilhões à Repsol, entre capital e juros.

Na época da estatização Kicillof gerou controvérsia ao afirmar que as expressões "segurança jurídica" e "clima de negócios" eram "palavras horríveis". Tal como o establishment que critica, Kicillof - filho de um casal de psicanalistas - passou quase todas as férias de sua vida no balneário uruguaio de Punta del Este. 

O economista, que costuma sustentar que os empresários são "suspeitos por natureza", é avesso às negociações e o consenso e possui inclinação pelas teorias da conspiração. No entanto, nas últimas semanas, perante o risco de um calote técnico, Kicillof moderou seu discurso e agora evita chamar os "holdouts" de abutres".

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