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Com problemas para pagar contas, consumidor mostra desânimo

Esforços do governo no sentido de reduzir os desequilíbrios financeiros do setor público, e assim criar condições para a retomada dos investimentos, parecem não afetar a avaliação sobre o quadro econômico

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Por Redação
Atualização:

Para boa parte da população, o quadro econômico continua muito ruim e assim permanecerá nos próximos meses. A queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 – e de 7,2% no acumulado dos dois últimos anos – e sobretudo a contínua deterioração do mercado de trabalho, com o desemprego afetando diretamente 12,9 milhões de trabalhadores, estão levando os consumidores a adiar suas esperanças de dias melhores.

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Esforços do governo no sentido de reduzir os desequilíbrios financeiros do setor público, e assim criar condições para a retomada dos investimentos, parecem não afetar a avaliação sobre o quadro econômico. A queda da inflação e contínua redução dos juros básicos – fixados em 12,25% ao ano, menor nível desde o início de 2015 – igualmente estão passando despercebidas.

Das pessoas consultadas para uma pesquisa inédita da Boa Vista SCPC sobre o humor dos brasileiros realizada em função do Dia Internacional do Consumidor, comemorado em 15 de março, 45% disseram que este ano está sendo pior do que o anterior e 38%, que está igual. Só 17% dizem que a situação melhorou.

É surpreendente, porém, que para 79% dos entrevistados as expectativas para 2018 sejam bem melhores. É como se, conformados com as dificuldades presentes, quatro entre cinco entrevistados tivessem empurrado para o ano que vem suas esperanças de melhora de vida.

As respostas mostram uma situação ruim. Metade dos consumidores (51%), independentemente da classe de renda, disse que, mesmo dispondo de recursos suficientes, tem dificuldade para pagar suas contas no fim do mês. Outros 32% disseram que pagar as contas em dia está sendo muito difícil. Isso quer dizer que 83% dos consumidores têm problemas para cobrir suas despesas.

Outro dado da pesquisa dá um significado mais dramático ao que mostram estatísticas mais abrangentes sobre emprego e renda, como as feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nada menos do que 65% dos entrevistados – ou dois entre três – disseram que seu poder de compra diminuiu em relação ao ano passado. É motivo forte o bastante para explicar o desânimo constatado pela pesquisa.

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