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Com sapatada, Lula descarta ''pacotaço''

Não faltará dinheiro para investir, diz ele

Por Ana Paula Lacerda e SÃO PAULO
Atualização:

Foi com uma ameaça de sapatada na imprensa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu primeiro compromisso oficial do ano: abrir, em São Paulo, a 36ª Couromoda, maior feira calçadista do País e terceira maior do mundo. Enquanto visitava a feira - acompanhado da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, do governador José Serra e do prefeito Gilberto Kassab -, Lula pegou um sapato de fabricação nacional e fingiu jogá-lo nos fotógrafos, em alusão à sapatada do jornalista iraquiano Muntadar al-Zaidi no presidente americano, George W. Bush, no mês passado. Bem-humorado e queimado de sol, após os dez dias de férias no Nordeste, o presidente justificou que "não quis dar sapatada nos outros, apenas estava se precavendo para que não dessem nele". Deixou-se fotografar com os sapatos, dizendo: "Adoro ser garoto-propaganda do Brasil. Me dá um produto brasileiro que eu boto na cabeça e vendo." O presidente admitiu, no evento realizado no Anhembi, que o governo vai adotar mais medidas para conter os efeitos da crise financeira no País. Lula descartou a possibilidade de um "pacotaço", mas disse que está trabalhando com governadores e prefeitos e vai anunciar medidas pontuais em breve, principalmente em relação a investimentos. "Se forem necessários mais "vinte, trinta ou quarenta bilhões para garantir investimentos, vai ter." Lula afirmou também que não é hora de segurar gastos. "É preciso cortar custos, mas o que precisar para criar um emprego vamos fazer." Ele não especificou datas. "Se não, a economia pode parar para esperar e ela tem de continuar girando." Os sapatos ainda renderam outra brincadeira, desta vez do governador de São Paulo, José Serra. "Vocês estão me devendo um sapato", disse ele, após o presidente ganhar um par dos fabricantes de Franca e outro dos fabricantes italianos presentes no evento. Lula respondeu que "não poderia dar a Serra o presente que havia ganho, mas poderia emprestar um pé de vez em quando."

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