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Com serviço de envio de cápsulas usadas, Nespresso atinge meta de reciclagem no Brasil

Cápsulas que iriam para o lixo podem ser enviadas de graça pelos Correios para o centro de reciclagem da marca em São Paulo; hoje, 23% de todas as cápsulas vendidas pela empresa no País são recicladas

Por Heloísa Scognamiglio
Atualização:

A empresa de cafés Nespresso criou um serviço que permite aos consumidores de qualquer lugar do território nacional enviarem as cápsulas usadas para reciclagem, de forma gratuita. Com a iniciativa, a empresa diz ter atingido sua meta de ter 100% de capacidade de reciclagem no Brasil - com todos os clientes tendo acesso a uma alternativa para a coleta de resíduos. A meta foi estipulada em 2014, como parte do compromisso global The Positive Cup, que traçou objetivos a serem alcançados até 2020 para que a empresa avançasse na pauta de sustentabilidade.

Para usar o serviço criado pela empresa, o consumidor deve acessar o site da Nespresso e preencher um formulário. Será gerado um código postal que deve ser levado a qualquer agência dos Correios, para enviar as cápsulas usadas para o centro de reciclagem da marca, que fica na região metropolitana de São Paulo.

Centro de reciclagem da Nespresso, que fica na região metropolitana de São Paulo. Foto: Deividi Correa/AgNews

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Segundo Claudia Leite, Head de Criação de Valor Compartilhado, Cafés e Comunicação Corporativa da Nespresso no Brasil, o serviço foi implementado pensando nos consumidores que não tinham acesso aos mais de 170 pontos de coleta da marca em todo o País.

"Nossa linha de raciocínio foi: o que existe no Brasil inteiro? Correios. Foi um trabalho de pelo menos três anos em desenvolvimento com os Correios para poder trazer essa conveniência para o consumidor. Agora, temos solução de reciclagem até mesmo para o consumidor que vive mais longe, que compra nossos produtos a distância. O serviço é gratuito para ele, o custo é nosso", explica. O programa de reciclagem da empresa, incluindo logística e operação, recebe investimento de R$ 5 milhões por ano.

O centro de reciclagem da companhia recebe atualmente 23% das cápsulas comercializadas pela marca. "Em 2016, a Nespresso reciclou 8% de tudo que vendeu no Brasil. Saímos de 8% para 23%, que é o número que fechamos no ano passado. O que mostra que estamos seguindo um bom caminho", comenta Claudia. 

Claudia Leite, Head de Criação de Valor Compartilhado, Cafés e Comunicação Corporativa da Nespresso no Brasil. Foto: Márcio Bruno/Nespresso/Divulgação

Os números se referem somente ao que foi reciclado pela própria estrutura da Nespresso, mas há iniciativas de reciclagem e reúso por todo o Brasil, o que significa que a porcentagem de cápsulas recicladas pode ser maior. Para Claudia, o investimento realizado para intensificar o diálogo com os clientes é o grande responsável pelo avanço da reciclagem, seja em campanhas de conscientização ou em conversas nas lojas da marca.

Alumínio reciclado 

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Desde maio, a Nespresso também tem investido na produção de cápsulas com alumínio reciclado. "Utilizamos pelo menos 80% de alumínio reciclado. Parece algo simples e óbvio, mas foram mais de 15 anos de desenvolvimento para que a gente conseguisse fechar esse ciclo na nossa cadeia. Agora, olhamos para soluções para as caixas. Buscamos possibilidades de pensarmos cada vez mais de forma circular", diz Claudia.

Outra ação da companhia é destinar o pó de café pós-consumo dos clientes para a compostagem, tornando-o adubo para a produção de alimentos em uma parceria com produtores de Parelheiros, no extremo da zona sul de São Paulo.

Ainda dentro do compromisso global The Positive Cup, a empresa diz que, hoje, 100% do café que usa é produzido seguindo critérios de sustentabilidade. Através do Programa AAA de Qualidade Sustentável, realizado em parceria com a ONG Rainforest Alliance, 15 agrônomos visitam cerca de 1.000 fazendas produtoras parceiras da Nespresso no Brasil, para estimular a certificação sustentável do café.

A companhia também apostou em ações voltadas para a redução da pegada de carbono global - o objetivo era atingir uma queda de 28% em relação a 2009. A Nespresso atingiu 23%. Para isso, entre outras medidas, adotou a entrega verde, realizada com bicicletas para consumidores da linha doméstica nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e passou a usar caminhões movidos a biometano ou gás natural veicular (GNV) entre os centros de distribuição de produtos nas regiões dessas duas capitais. “Dependendo do combustível, pode haver redução de 15% até 90% da emissão de carbono nesse tipo de veículo”, diz Claudia.

Entrega verde érealizada com bicicletas para consumidores da linha doméstica nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Foto: Nespresso/Divulgação

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Outra meta relacionada ao clima era a neutralização de 100% das emissões de carbono operacionais, por meio de plantio de árvores. Segundo Claudia, em relação a tudo aquilo que está dentro da companhia, sem incluir os fornecedores, a empresa já é neutra em suas emissões de carbono desde 2017. 

Segundo a executiva, a Nespresso tem como responsabilidade não somente ser sustentável na sua operação, mas também tem o papel de inspirar outras empresas, mostrando que é possível ter um negócio sustentável.“Em termos de reciclagem, convidamos outras marcas de café, os concorrentes mesmo, para sentarem à mesa, com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), para apresentar o que a gente faz", conta. “Pensar em sustentabilidade é pensar em conjunto, não é ação isolada, ninguém faz sozinho. É necessário você pensar na cadeia.”

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