
07 de dezembro de 2020 | 07h32
Atualizado 07 de dezembro de 2020 | 18h59
As Bolsas da Ásia, Europa e de Nova York encerraram o pregão desta segunda-feira, 7, sem direção única. Se, por um lado, o salto de 21,1% nas exportações da China ofereceram espaço para otimismo, a segunda onda da covid-19 em todo o mundo, foram pedras nos sapatos para a tomada nos mercados internacionais.
Um dia antes do Reino Unido iniciar a vacinação da população para conter o avanço do coronavírus, a doença voltou a ganhar destaque no continente europeu. No último domingo, 6, a região da Baviera, na Alemanha, anunciou o endurecimento de medidas restritivas. Portugal, por sua vez, ultrapassou hoje a marca simbólica de 5 mil mortos pela doença. Com isso, o Fórum Econômico Mundial, realizado tradicionalmente em Davos, na Suíça, anunciou que sua versão de 2021 será em Cingapura, em virtude dos avanços da doença na Europa.
O avanço da doença também preocupa os Estados Unidos. O país, que planeja vacinar os idosos entre dezembro e janeiro, vem enfrentando novos picos da doença. De acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, os EUA somaram mais de um milhão de diagnósticos da doença apenas entre as últimas terça-feira e sábado, elevando o total geral para cerca de 14,6 milhões.
Democratas trabalham para elevar o valor para a casa dos US$ 1,3 trilhão, mas os republicanos seguem resistentes à ideia de aprovar uma legislação robusta e apostam em US$ 908 bilhões. O diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, se disse hoje "cautelosamente otimista" de que um entendimento será firmado antes do fim do ano.
Não agradou ao mercado asiático, a possibilidade dos Estados Unidos imporem sanções a mais integrantes do Partido Comunista da China. Apesar disso, deu algum ânimo o salto de 21,1% das exportações da China em novembro, na comparação anual. O resultado superou de longe a alta de 12% prevista por analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Já as importações subiram 4,5% no mesmo intervalo. Neste caso, a projeção de economistas era de incremento maior, de 5,3%. Assim, em novembro, a China teve superávit comercial de US$ 75,42 bilhões no período, ante projeção de US$ 53,9 bilhões.
Por lá, o índice Kospi, da Bolsa de Seul, fechou em alta de 0,51%, enquanto o Nikkei, de Tóquio, caiu 0,76%, acompanhado pelo Heng Seng, de Hong Kong, que baixou 1,23%. Na China continental, o índice de Xangai recuou 0,81%, enquanto o índice de Shenzhen cedeu 0,30%. Já na Oceania, o índice S&P/ASX, da Bolsa de Sydney, encerrou o dia em alta de 0,62%.
A indefinição em torno do Brexit, nome que se dá a saída do Reino Unido da União Europeia, pesou nos mercados, sobretudo após o The Sun informar que o premiê britânico, Boris Johnson, pode desistir das negociações caso um consenso não seja alcançado até hoje. No final do pregão, cresceram as expectativas pelo resultado do telefonema entre Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mas nada foi divulgado.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,30%, mas a Bolsa de Londres teve leve ganho de 0,08%, com o começo da vacinação do Reino Unido. Porém, com o avanço da doença no continente, Paris cedeu 0,64%, enquanto Frankfurt caiu 0,21%. Madri e Milão caíram 0,57%, 0,32%, enquanto Lisboa teve leve alta de 0,02%.
O mercado acionário de Nova York fechou sem direção única nesta segunda, em meio a preocupações a respeito do acelerado avanço do coronavírus nos Estados Unidos. Apesar disso, progressos nas negociações por um novo pacote fiscal em Washington ajudaram a atenuar a cautela e abriram espaço para que o Nasdaq voltasse a renovar recorde histórico de fechamento.
O índice Dow Jones encerrou em baixa de 0,49% e o S&P 500 caiu 0,19%. O Nasdaq, por outro lado, avançou 0,45%, a 12.519,95 pontos, no maior nível da história. Os papéis das grandes empresas do setor de tecnologia foram responsáveis pelo bom desempenho do índice, com destaque para Apple, com 1,23% e Facebook, com 2,10%.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa hoje, seguindo a preocupação com o avanço da covid-19 e suas imposições, que atrapalham uma retomada na economia mundial. O petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 1,08%, em US$ 45,76 o barril, enquanto o Brent para fevereiro recuou 0,93%, a US$ 48,79 o barril.
Pelo lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve realizar sua próxima reunião para definir a política comum para a commodity em 4 de janeiro, segundo a Reuters, enquanto o mercado especula sobre as ações da aliança. A produção da Opep+ deverá crescer, porém abaixo do limite produtivo anunciado, de aumento de 500 mil barris por dia a partir de janeiro de 2021, avalia a Capital Economics, em relatório a seus clientes./ EDUARDO GAYER, ANDRÉ MARINHO E MAIARA SANTIAGO
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