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Com troca de comando, BP quer restaurar reputação nos EUA

Cerca de 1/4 da produção de petróleo e gás da companhia e a maior parte de seus planos estão naquele país

Por Danielle Chaves e da Agência Estado
Atualização:

A companhia de petróleo britânica BP confirmou a substituição do presidente executivo, Tony Hayward, pelo diretor executivo Robert Dudley, atualmente encarregado de chefiar as operações da companhia em reação ao vazamento de petróleo no Golfo do México. Segundo analistas, ao sacrificar Hayward o conselho de diretores da BP deixou claro que restaurar a reputação da companhia nos EUA é a principal prioridade.

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"Essa será uma companhia diferente no futuro, exigindo uma liderança nova apoiada por uma governança forte e um conselho muito engajado", afirmou o chairman da BP, Carl-Henric Svanberg, em um comunicado.

Hayward, em uma teleconferência, reconheceu que se tornou "o para-raios para a raiva pública" durante o vazamento de petróleo no Golfo e que era necessário ter uma nova face no mais alto cargo da companhia se ela quisesse continuar nos EUA. "A explosão no Golfo do México foi uma tragédia terrível sobre a qual, como o homem responsável pela BP quando isso aconteceu, eu sempre sentirei uma profunda responsabilidade", disse em um comunicado.

A BP ainda é politicamente fraca nos EUA - enfrentando investigações sobre segurança e pressões do governo para excluí-la de licenças de petróleo e gás futuras no país. Para a BP é vital continuar operando nos EUA. Cerca de um quarto de sua produção total de petróleo e gás e a maior parte de suas ambições de crescimento estão naquele país.

"Hayward se tornou o cordeiro sacrificado" com intenção de preservar o status da BP nos EUA, afirmou Fadel Gheit, analista da Oppenheimer. Segundo Gheit, a decisão de trocar a liderança "não tem nada a ver com o julgamento de negócios (de Hayward), mas sim é o politicamente conveniente".

Dudley, que nasceu em um dos Estados norte-americanos do Golfo afetados pelo vazamento, é conhecido como um gerenciador de problemas da BP. Até 2008 ele dirigia a joint venture da BP com um grupo de bilionários russos, chamada TNK-BP, que é a terceira maior companhia de petróleo da Rússia. Naquele ano, porém, o executivo se viu em meio ao aumento das tensões entre a BP e os bilionários russos por causa do controle da joint venture, que se transformou em disputa política. Dudley acabou sendo forçado a deixar o cargo e se tornar diretor executivo da BP.

Enquanto tenta reformular a BP, Dudley poderá se beneficiar da sua experiência nos primeiros anos de carreira, quando trabalhava para a Amoco, em Chicago. A BP adquiriu a Amoco há uma década e muitos dos problemas de segurança da companhia britânica nos EUA têm origem naquela empresa, segundo Jason Kenney, analista do ING. "Dudley conhecia a Amoco por dentro e por fora", disse. As informações são da Dow Jones. 

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