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Com Tupi, Brasil pode ter 8ª maior reserva do mundo

Petrobras espera que País fique entre a Venezuela e a Nigéria. Hoje, o Brasil ocupa a 24ª posição

Por Kelly Lima e da Agência Estado
Atualização:

Se confirmadas as projeções de reservas existentes embaixo da camada de sal, a partir do que foi descoberto no campo de Tupi, na Bacia de Santos, o Brasil passaria para o seleto grupo que contém as maiores reservas mundiais de petróleo e gás. A estimativa é do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Segundo ele, o País ficaria entre a Venezuela e a Nigéria. Hoje, o Brasil ocupa a 24ª posição. Veja também: Colunista Celso Ming explica a descoberta da Petrobras  Com descoberta, ações da Petrobras disparam mais de 10%  A exploração de petróleo no Brasil Entenda a crise dos combustíveis e o corte de gás Histórico da crise O mercado de gás no Brasil Preço do petróleo em alta    Por estas projeções, as reservas do País saltariam para algo entre 70 bilhões e 100 bilhões de barris de óleo equivalente. Hoje, pelo critério SPE (organismo internacional que contabiliza as reservas mundiais) a Petrobras tem 14,4 bilhões de barris. A maior reserva é a da Rússia, com 379 bilhões de barris, seguida do Irã, com 314 bilhões. A Nigéria possui 69 bilhões e a Venezuela, 100 bilhões. Já pelo critério da SCE, órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, a Petrobras possui 11,4 bilhões de barris e ocupa a quinta posição entre as empresas listadas em bolsas de valores no mundo todo. Apenas com Tupi, a companhia passaria para o terceiro lugar. Estimativas Diferentemente da previsão de Gabrielli, geólogos consultados pela Agência Estado avaliam que as reservas das águas profundas na Bacia de Santos podem ultrapassar os 20 bilhões de barris de petróleo e gás. Além de Tupi, a Petrobras tem duas outras descobertas na região, o campo Carioca, no bloco BM-S-9, e um poço no BM-S-10, ainda sem nome. O volume estimado de reservas na região é resultado de estudos da firma de geologia HRT Solutions e do US Geological Service (USGS), órgão do governo americano, feitos antes da confirmação do campo de Tupi. Entusiasta das buscas por reservas abaixo da camada de sal, o geólogo Márcio Mello, presidente da HRT, disse recentemente ao Estado que estudos técnicos na região indicavam a existência de pelo menos 20 bilhões de barris de óleo e gás. Ainda em 2000, o USGS já falava em volume semelhante, tendo como base estudos probabilísticos. No ano passado, relatório da consultoria americana IHS afirmava que "as descobertas em Santos podem mudar a percepção sobre todas as bacias brasileiras". O texto indicava o Brasil como o país mais atrativo para a indústria de petróleo. A busca por petróleo abaixo da extensa camada de sal que separa a rocha geradora do petróleo brasileiro das reservas conhecidas atualmente, menos profundas, começou de forma tímida há cerca de três anos. Na época, as previsões sobre a existência de grandes reservas era vista ainda com desconfiança pelo mercado. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), porém, já levantava a possibilidade de haver uma "nova Bacia de Campos" abaixo das reserva conhecidas atualmente. A primeira descoberta na região ocorreu em agosto de 2005, no bloco BM-S-10 e foi bastante comemorada pela estatal, que vislumbrou a abertura de uma nova fronteira exploratória no País. Problemas de engenharia, porém, levaram a Petrobrás a redirecionar os esforços para os outros dois blocos que mantém na região. No início de 2006, a empresa anunciou o sucesso do primeiro poço de Tupi, que se tornou, assim, o centro das atenções. Desde então, três outros poços foram perfurados no local. Todos eles atingiram reservatórios de petróleo e gás, em um índice de sucesso pouco comum na indústria do petróleo. No fim de agosto, o Estado publicou reportagem indicando que o anúncio de grandes volumes de petróleo em Tupi estava próximo. Na ocasião, o gerente de estratégia e portfólio de exploração e produção da Petrobrás, Eduardo Molinar, afirmara a analistas do banco Credit Suisse que os resultados exploratórios eram animadores. No início de setembro, a britânica BG confirmou a descoberta do campo de Carioca, que deve ampliar o potencial produtor da região. Os dois projetos são próximos, o que facilita os investimentos na infra-estrutura de transporte da produção. Segundo a BG, Carioca tem óleo de 27º API. A BG tem participação em três outros blocos exploratórios nas redondezas.

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