03 de junho de 2015 | 02h06
"Temos agora mais tranquilidade para trabalhar o lado operacional da companhia. O plano de transformação está acontecendo", disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Dos cerca de R$ 17 bilhões, a Oi vai usar neste momento de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões para o pagamento de dívidas. Entre os pagamentos que podem ser liquidados de imediato estão duas emissões de debêntures (títulos de dívida).
O restante, segundo Bayard, pode ser usado para amortizar ainda mais a dívida, que terminou o primeiro trimestre em R$ 32,6 bilhões. Outro destino é a consolidação do mercado de telecomunicação, que tem entre os cenários prováveis uma união entre a tele e a TIM ou o fatiamento desta última, entre Oi, Telefônica e Claro. "Só temos dois propósitos de uso: consolidação ou redução da dívida."
As conversas em torno do tema, no entanto, esfriaram neste ano. O executivo confirmou que não há negociações em curso, mas destacou que a empresa está se fortalecendo para participar do processo. "A companhia sem dúvida é mais forte do que era há seis meses. Isso só coloca a empresa numa posição melhor de negociação, caso a consolidação ocorra."
A Oi informou ontem que a Altice pagou 5,8 bilhões (cerca de R$ 20,2 bilhões) pelas operações da PT em Portugal e na Hungria, dos quais 4,9 bilhões foram para o seu caixa, que terá um total de R$ 18,5 bilhões, e 869 milhões (R$ 3 bilhões) foram usados para pagar dívidas da PT. Há ainda 500 milhões que podem ser pagos à Oi, após cumpridas métricas estabelecidas em contrato.
A venda para a francesa foi por 7,4 bilhões, mas em cima desse valor foram feitos ajustes, como o pagamento de um déficit da PT com um fundo de pensão, em cerca de 1,2 bilhão.
Bonds. O executivo também afirmou que a Oi está atenta ao mercado de bonds (títulos de dívida). "Estamos avaliando se há alguma boa oportunidade para explorar." O executivo citou a captação da Petrobrás anunciada nesta semana. A estatal fechou captação de US$ 2,5 bilhões com uma emissão de bônus com prazo de cem anos.
Se aparecer uma janela de oportunidade, ele diz que a Oi pode fazer uma emissão de bonds neste ano. Para isso, explicou, é preciso que haja demanda, além de um custo atrativo e prazo interessante para a companhia. A Oi já contratou uma instituição global para trabalhar o refinanciamento da sua dívida. Bayard disse também que, no segundo semestre, a empresa irá focar em destravar a venda dos ativos africanos, herdados da fusão com a Portugal Telecom.
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