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Comando do Banco do Brasil ainda está indefinido

Aliados do presidente em exercício passaram a cogitar o nome do atual presidente da Infraero para o cargo, como indicação do PMDB

Foto do author Murilo Rodrigues Alves
Foto do author Adriana Fernandes
Por Murilo Rodrigues Alves e Adriana Fernandes
Atualização:
Nome de Gustavo do Vale para o BB não foi bem recebido pelo mercado Foto: Andre Dusek/Estadão

BRASÍLIA - O adiamento do anúncio do comando dos bancos públicos se deve à falta de nome para a presidência do Banco do Brasil, segundo apurou o Estado. Os aliados do presidente em exercício, Michel Temer, apontavam a permanência do atual dirigente, Alexandre Abreu, mesmo que temporariamente. Mas, a partir desta semana, passaram a cogitar o nome do atual presidente da Infraero, Gustavo do Vale, para o cargo, como indicação do PMDB. A recepção ao nome dele, afirmam alguns integrantes do governo, não foi das melhores. Ontem, as ações do BB caíram 4,83%. 

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Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o anúncio dos presidentes, sem data para acontecer, não significa que trocará o comando de todos os bancos. “Mudanças podem ocorrer nos próximos dias, semanas ou meses.”

Em relação à Caixa, o nome dado como certo é do ex-ministro Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira do banco. No entanto, fontes da área econômica afirmaram que o acordo com o PP, responsável pela indicação, não estava 100% fechado. O presidente do partido, Ciro Nogueira (PP-PI), rebateu: “Tanto Temer como Meirelles ficaram felizes e aprovaram o nome de Occhi”, disse.

Occhi já esteve com alguns vice-presidentes da Caixa e analisa a situação atual do banco, com preocupação em relação à inadimplência, que fechou o primeiro trimestre em 3,51% - a estimativa é que suba a 3,86% até o fim do ano. Ele defendeu a “privatização” gradual de três áreas do banco: seguros, loterias e cartões. Como o Estado mostrou, a posterior abertura de capital da Caixa seria marca do governo Temer. Com frustração de recursos e dificuldades em entregar metas fiscais, abertura de capital (seguros) ou concessão (loterias) para a iniciativa privada engordaria os cofres públicos.