PUBLICIDADE

Publicidade

Combustíveis brasileiros alcançam padrões internacionais

A irregularidade na gasolina caiu para cerca de 3,7% do total pesquisado, bem abaixo dos 9,2% detectados em 2001. Trata-se do resultado de uma pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Por Agencia Estado
Atualização:

Os principais combustíveis vendidos ao consumidor brasileiro alcançaram padrões internacionais, conforme pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "Desde março, os nossos índices para a gasolina, o óleo diesel e o álcool hidratado estão no mesmo patamar do registrado nos mercados mais exigentes do mundo", afirmou a superintendente de Qualidade de Produtos da ANP, Maria Antonieta Silva, em entrevista ao Estado. Segundo ela, a irregularidade na gasolina caiu para cerca de 3,7% do total pesquisado, bem abaixo dos 9,2% detectados em 2001, quando a ANP iniciou o programa de qualidade. A cada mês são realizadas 16 mil amostras de combustíveis no País, através de 23 instituições de pesquisas, em sua maioria universidades, envolvendo cerca de 20% do total de postos de varejo. No caso do diesel, a "não-conformidade" caiu para 2,0% das amostras, ante os 6,5% encontrados em 2001. O maior avanço, porém, foi no caso do álcool hidratado. Em 2001, nas primeiras pesquisas da ANP, apontavam para 10,3% das amostras, subindo para 12,6% em 2002 e caindo para 2,9% em junho. A técnica da ANP considera que um fator importante para a melhoria da qualidade do álcool foi a introdução do corante no álcool anidro (que é misturado à gasolina), que era vendido como hidratado. O anidro custa cerca de R$ 0,15 a R$ 0,17 menos do que o hidratado por não ter a incidência de impostos (ICMS), mas a troca ficou mais difícil após a introdução do corante alaranjado, explicou. "O álcool vendido nos postos (hidratado) tem de ser incolor. Se for colorido, é fraude e o consumidor tem de denunciar", complementou. Programa de qualidade Segundo Maria Antonieta, mesmo com todas as restrições de verba que as agências reguladoras têm sofrido, a ANP manteve integralmente o programa de qualidade, com despesas de R$ 45 milhões anuais. "Esse programa não é mais da ANP, é da sociedade. Sempre que há ameaça de cortes de verbas, os serviços de defesa dos consumidores se mobilizam para evitar redução e manter a qualidade dos combustíveis brasileiros", disse Maria Antonieta. Outro passo da ANP para a melhoria da qualidade dos combustíveis foi a resolução baixada pela entidade na semana passada, acabando com o chamado "diesel 3.500", ou seja, o diesel com 3.500 partes de enxofre por milhão (ppm). A partir de agora, o País terá apenas o diesel 500 ppm, vendido nas regiões metropolitanas, e o diesel 2.000 ppm, vendido nas cidades de menor porte. Além disso, a ANP ampliou para 146 municípios a obrigatoriedade de venda do diesel de melhor qualidade. Até agora, esse produto era comercializado apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Com esses produtos de melhor qualidade há melhoria proporcional na qualidade do ar nessas regiões. "Pesquisa da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo mostrou uma melhoria substancial nas condições atmosféricas de São Paulo após apenas 10 dias de introdução do diesel 500 na capital. Os ganhos são muito expressivos", comentou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.