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Combustíveis: previsão de alta de até 9%

Especialistas em petróleo acreditam que os combustíveis devem sofrer alta de 5% a 9% em dezembro. O reajuste seria reflexo da cotação do petróleo no mercado internacional, que tende a ficar acima dos US$ 30.

Por Agencia Estado
Atualização:

Consultores da área de petróleo no Brasil prevêem um aumento no preço dos combustíveis entre 5% e 9%, a partir de primeiro de dezembro, por conta da decisão anunciada ontem pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de não aumentar sua oferta em mais 500 mil barris por dia O diretor da Atef Consultoria e Investimentos, Leonardo Caldas, explica que o governo brasileiro deverá rever sua posição - de reajustar os combustíveis somente em janeiro -, porque a cotação do petróleo no mercado internacional tende a ficar acima dos US$ 30, ao contrário do que previa a Opep, quando aumentou a produção em 500 mil b/d, em sua penúltima reunião, no início deste mês. A cotação em alta pressiona o repasse dos custos para os derivados de petróleo vendidos no mercado interno. Daí a necessidade de reajuste antes de janeiro. O aumento da oferta, feito pela Opep, é a forma mais rápida de pressionar a baixa da cotação para menos de US$ 28 o barril. Mas outras variáveis não permitem que o preço internacional do petróleo caia. São elas: a queda da temperatura no Hemisfério Norte do planeta; os conflitos no Oriente Médio que tendem a se arrastar e a indefinição sobre o novo presidente dos Estados Unidos, mediador natural entre palestinos e judeus na região onde se concentram 10 dos 11 países-membros da Opep. Segundo o consultor da área de petróleo da Sirotsky Associados, Carlos Antônio Magalhães, os combustíveis deverão ser reajustados em 7%, em primeiro de dezembro. Ele ressalva, porém, que no Brasil há especulações demais sobre a crise argentina, a crise do Oriente Médio e outros fatores no mercado interno. Leonardo Caldas avalia que a Opep não quer recolocar os últimos 500 mil barris por dia no mercado, porque teme uma queda abismal da cotação do petróleo, assim que o inverno nos países do Norte acabar e as crises atuais forem contornadas.

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