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Combustível acaba e motorista deixa carro na rua em Sorocaba

Em Varginha, já há taxistas usando álcool de mercado para encher o tanque

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Por Redação
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SOROCABA – A comerciária Maria Gorete Bastos, de 34 anos, deixou o carro na rua depois que o combustível acabou, na manhã desta sexta-feira, 25, em Sorocaba, interior de São Paulo. Ela trabalha como caixa numa rede de supermercados e, como faz diariamente, seguiu com o carro de Alumínio, cidade próxima, para o trabalho na zona leste de Sorocaba. “Saí mais cedo e passei em quatro postos no caminho e só um tinha combustível, mas a fila era de três horas. Resolvi seguir em frente e me dei mal”, disse. Com a ajuda de pedestres, ela empurrou o carro até o recuo de uma loja e seguiu a pé para o trabalho. “Estou atrasada e mais tarde dou um jeito”, disse, aflita.

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Ruas de Sorocaba esvaziaram na manhã desta sexta devido à falta de combustível causada pela greve. Foto: Epitácio Pessoa / Estadão Conteúdo

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Nesta manhã, eram raros os postos que ainda tinham combustível na cidade, mas, em alguns, a qualidade era duvidosa. O pintor Mário Fabiano abasteceu num deles, próximo da prefeitura, e logo depois seu carro parou. “Esperei quase quatro horas para conseguir abastecer com etanol, mas desconfio que o combustível é ruim. O carro afogou e está saindo água pelo escapamento”, disse. Com o transporte coletivo parado, em razão da falta de combustível, algumas ruas estavam quase sem veículos, mas muitas pessoas seguiam a pé para o trabalho. “O carro está com pouco combustível e deixei com minha mulher para uma possível emergência”, disse o esmaltador Péricles Gedeão, disposto a enfrentar uma hora de caminhada.

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Varginha

Taxistas de Varginha, no Sul de Minas Gerais, apelaram ao álcool etílico hidratado, vendido em supermercados e de uso doméstico, para abastecer seus veículos. "A gente precisa trabalhar e na hora do aperto foi o jeito que alguns encontraram para não ficar parado", contou um motorista com ponto na rodoviária da cidade.

Na região, a greve dos caminhoneiros entrou nesta sexta-feira no quinto dia e acentuou ainda mais a falta combustível nos postos. Por outro lado, o transporte público opera com apenas um terço da frota.

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Em outras cidades do país, também foram relatados registros do uso desse tipo de álcool no tanque do automóvel. Mas especialistas alertam que o produto pode causar problemas no motor porque conta com uma parte de água.

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