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Comércio amplia prazos do crediário

Na tentativa de manter as vendas no final do ano, Carrefour, Ponto Frio e Lojas Cem decidiram por ampliar os prazos dos crediários, a exemplo do fez a Casas Bahia.

Por Agencia Estado
Atualização:

Grandes redes de eletroeletrônicos ampliam o parcelamento das vendas a prazo sem acréscimo, exatamente quando os juros básicos estão no maior nível desde março de 2000. Só neste mês, três varejistas decidiram adotar essa estratégia arriscada na tentativa de manter as vendas neste fim de ano. Amanhã, por exemplo, o Carrefour, começa uma campanha para parcelar em até seis vezes sem acréscimo eletrônicos. Há 20 dias, o Ponto Frio ampliou de três para quatro vezes o plano sem juros. A Lojas Cem iniciou este mês campanha para alongar de quatro para cinco vezes o parcelamento sem acréscimo dos eletroeletrônicos. Na prática, essas empresas estão reagindo a um plano agressivo de uma das maiores redes de eletrodomésticos, a Casas Bahia, que há cerca de dois meses está parcelando em dez vezes sem acréscimo itens específicos da linha de eletroeletrônicos. De acordo com fontes de mercado, a estratégia da Casas Bahia teria provocado um forte constrangimento nas negociações entre indústrias e outras redes do varejo, dificultando até os reajustes de preços. É que as redes varejistas consideram que os fabricantes de eletroeletrônicos teriam dado polpudos descontos, de 25% a 30%, para a Casas Bahia, exatamente quando as vendas industriais estavam no fundo do poço em junho e julho. Pelo fato de estar capitalizada, a rede teria aproveitado a situação e esse mecanismo estaria facilitando a venda sem acréscimo com prazos mais longos. Outras redes agora estariam querendo condições semelhantes para poder enfrentar a grande concorrente. A Casas Bahia não comenta as condições de negociação com seus fornecedores. De acordo com a empresa, a adoção dessa estratégia de ampliar prazos sem juros foi para acelerar o ritmo de vendas, especialmente nos produtos tidos como os vilões no consumo de energia. Satisfeito com os resultados, o diretor-financeiro, Michael Klein, prevê ampliar em 10% as vendas neste Natal, ante expectativa anterior de empate. As previsões começaram a mudar depois dos resultados de setembro e outubro, que indicaram uma elevação de 10% nas vendas frente a igual período de 2000. Entre junho e agosto, o faturamento tinha caído 5%. Apesar do esforço para vender a prazo, dados da associação comercial mostram que as consultas para o crediário até o dia 24 estão 7,1% menores ante igual período de 2000. Trata-se de um desempenho um pouco melhor do que o de setembro, quando a queda chegou a 8,4% na comparação anual.

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