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Comércio entre Brasil e Argentina deverá ser em moedas locais em 2007

Projeto, apresentado em reunião do Mercosul, prevê a compensação entre os bancos centrais dos dois países em dólar, mas a negociação entre empresas será em moedas locais

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil e a Argentina deverão ter comércio bilateral em pesos e reais já a partir de 2007, segundo apresentação dos diretores dos bancos centrais do Brasil, Paulo Vieira da Cunha e da Argentina, Arnaldo Bocco, feita nesta sexta-feira na reunião de ministros da Fazenda do Mercosul. O novo sistema está sendo preparado para ser anunciado até dezembro pelos presidentes dos dois países, Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Néstor Kirchner, da Argentina. Segundo o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, presente na reunião, o sistema precisará da aprovação dos respectivos Congressos. O projeto prevê a compensação entre os bancos centrais dos dois países em dólar, mas a negociação entre empresas será em moedas locais. Segundo o Ministério da Fazenda, o projeto deve aumentar a competitividade dos produtos dos dois países e facilitar a inserção de pequenas e médias empresas no comércio bilateral. A idéia é que este seja um projeto-piloto, e que seja posteriormente estendido aos demais países do Mercosul. Na apresentação do novo sistema de pagamentos proposto, os diretores registraram como características fundamentais as ausências de risco de crédito, já que não haverá crédito entre os bancos centrais; de subsídio; de arbitragem entre moedas; e de risco de exposição às moedas locais. Com a compensação em dólar, não há acúmulo de reservas internacionais em pesos ou reais. Um dos objetivos é integrar os mercados, facilitando as liquidações financeiras, diminuindo os obstáculos aos fluxos comerciais entre os dois países. Outro é a redução de custos. Também constam entre os objetivos "aumentar a liquidez e a eficiência do mercado de câmbio Real-Peso" e "familiarizar os agentes econômicos com as moedas locais, avançando o processo de integração". Os próximos passos, de acordo com a apresentação, são desenvolver sistemas integrados e complexos, alterar normas dos mercados de câmbio dos dois países e adotar um mecanismo gradual que inicialmente seja restrito ao comércio de bens. Os ministros da Fazenda do Paraguai, Don Schmidt e o vice-ministro da Fazenda da Venezuela, Julio Viloria, mostraram interesse em participar, assim que viram a apresentação. A reunião é fechada à imprensa, mas as informações foram transmitidas pelas assessorias de imprensa dos ministérios da Fazenda do Brasil e da Economia da Argentina.

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