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Comércio entre China e Brasil cresceu mais de 800% em dez anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando desembarcar no próximo mês em Xangai, o presidente Luís Inácio Lula da Silva o fará com um número impressionante embaixo do braço: o comércio bilateral entre o Brasil e a China cresceu nada menos do que 810% entre 1991 e 2001, com média anual de 25% nesse período. Embora o volume de intercâmbio comercial entre os dois países tenha atingido, em termos absolutos, apenas a US$ 3,2 bilhões em 2001, cifra relativamente pequena considerando o potencial de cada um, o crescimento da corrente de comércio (exportações mais importações) mostra velocidade surpreendente. Em 2000, por exemplo, o intercâmbio comercial cresceu 49%; em 2001, 40%; em 2002, 26%; e em 2003, 38%. Para este ano, a estimativa de expansão é de aproximadamente 50%. Com isso, o volume do comércio bilateral entre os dois países deve chegar a US$ 10 bilhões, bem acima dos US$ 6,6 bilhões registrados em 2003. Daí a importância da China, que já é o segundo país de destino das exportações brasileiras. "Espero que a viagem do presidente Lula possa facilitar ainda mais o comércio entre os dois países, já que ainda existem entraves burocráticos que precisam ser superados", diz Paul Liu, presidente da Câmara Brasil China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE). E precisam mesmo ser superados, acrescenta Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e um dos maiores especialistas em negociações internacionais do País. Para Jank, por exemplo, não só é necessário harmonizar as legislações para facilitar o comércio como também as certificações. "A China continuará a ser muito demandante", resume Jank, ao se referir ao mercado interno chinês. No ano passado, as vendas brasileiras para a China dispararam cerca de 80%, atingindo US$ 4,53 bilhões. Crescimento chinês A China é vista como a economia mais dinâmica do planeta. No primeiro trimestre deste ano cresceu 9,7% e poderá se expandir 10% no segundo. No último trimestre do ano passado já havia aumentado 9,9%, principalmente por causa do aumento do consumo interno. A dúvida é se a China poderá manter essas taxas de crescimento durante mais duas décadas. A resposta dos especialistas é sim. A meta oficial do governo chinês para as próximas duas décadas (2001 até 2020) é quadruplicar seu Produto Interno Bruto (PIB), como fez, de acordo com dados oficiais, durante os últimos 20 anos. Quadruplicar o PIB nos próximos 20 anos supõe um crescimento médio de 7,2% ao ano, o que, para os analistas, é perfeitamente possível e realista, embora existam evidentes obstáculos pela frente.

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