De olho no Natal, os shopping centers brasileiros já começaram a decorar corredores e fazer propagandas. O clima do comércio é otimista em relação às vendas de final de ano. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, a expectativa é que haja um crescimento de 8 a 10% em relação ao ano passado. "As compras de Natal vão crescer, principalmente, por causa da expansão do crediário", diz Sahyoun. "O brasileiro é generoso ao comprar presentes, ainda mais no Natal. A projeção da Alshop é a de que os lojistas arrecadem cerca de R$ 20 bilhões apenas em compras com o 13º salário." Promoções Na disputa pelo consumidor, atrações natalinas, ambientes decorados e atividades para crianças fazem a diferença. "Nesse ano, os shoppings estão investindo cerca de 25% a mais em decorações e programações de Natal", conta o presidente da Alshop. O Shopping Center Norte, por exemplo, espera atrair um número de visitantes superior aos registrados nos últimos anos. Para conquistar esse público, o Center Norte caprichou na decoração inspirada na história infantil de Pinóquio. Além disso, o shopping vai presentear com um helicóptero avaliado em R$ 335 mil ao vencedor de um concurso cultural. Quem quiser participar precisa escrever uma redação de até dez linhas sobre o tema "O Espírito de Natal". O melhor texto leva o prêmio. No Iguatemi, o clima natalino também está no ar. O shopping investiu R$ 2 milhões em enfeites, bonecos e atrações para os consumidores. A praça central foi decorada com cerca de 35 bonecos de Papai Noel e a fachada ganhou mais de um milhão de pequenas lâmpadas. Perspectivas Segundo Miguel da Cruz Supico, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP), a perspectiva para as vendas de Natal neste ano são melhores do que as do ano passado. Segundo ele, houve um crescimento real da massa de salários e estaria havendo crescimento econômico, que deve continuar em 2001 - a não ser que os efeitos da crise da Argentina se alastrem. "A inflação até o Natal não será significativa. Além disso, as lojas estão fazendo estoque, o que possibilitará boas promoções", diz Supico. "A única preocupação é o agravamento da crise no cenário externo, que, dentre outras conseqüências, afetaria as taxas de câmbio. Isso ocasionaria reajustes em produtos importados ou artigos nacionais confeccionados com componentes importados".