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Comércio faz promoções para desovar estoques

Por Agencia Estado
Atualização:

Grandes redes de varejo estão superagressivas em promoções nesta virada de mês, alongando prazos do crediário em até 24 vezes, reduzindo os juros abaixo de 1% e aprovando prestações mínimas de R$ 10. A tentativa é animar as vendas e desovar os estoques do primeiro trimestre, depois de constatar que a tão esperada recuperação da atividade a partir de abril não deverá se concretizar tão cedo. O ligeiro corte nos juros básicos, de 0,25 ponto porcentual neste mês, não aliviou a perspectiva de vendas retraídas por conta da renda em queda e do desemprego elevado. Até esta terça-feira, o Carrefour está vendendo eletroeletrônicos e artigos de bazar em até dez vezes, sem entrada, com juros de 0,99% ao mês para compras mínimas no valor de R$ 60 no cartão próprio. Normalmente, quando são feitas promoções, o faturamento cresce entre 20% e 25% em relação a períodos normais. A Lojas Americanas, outra gigante do varejo, decidiu, a partir de quarta-feira até 4 de abril, parcelar em até dez vezes sem juros as compras no cartão de crédito de todas as mercadorias da rede. A única restrição é que a parcela mínima do financiamento seja de R$ 10. O Grupo Pão de Açúcar, primeiro varejista do País, desde a semana passada optou por facilitar os prazos de pagamento. Até esta terça-feira nas redes Sendas, ABC Barateiro e CompreBem, a companhia aceita cheque para 10 de maio, desde que a compra mínima seja de R$ 50. O Ponto Frio, rede especializada em eletroeletrônicos e móveis, é outra que aposta no financiamento de longo prazo. A empresa informa que já fazia crediários mais longos. Mas nos últimos dias voltou a anunciar planos de até 24 vezes, com taxa de 3,99% ao mês. A rede ressalva que, para determinados itens, a taxa é variável. "As empresas do comércio tinham se preparado para um segundo trimestre melhor e agora estão fazendo de tudo para atrair o consumidor", afirma o diretor-executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Antônio Carlos Borges. Ele considera arriscada a estratégia de várias redes de ampliar prazos de pagamento porque poderá resultar no aumento da inadimplência.

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