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Comércio: ritmo de vendas cai

Aumento de tarifas, repique inflacionário e crises externas fazem o ritmo de vendas perder o fôlego em outubro. Por causa do recuo, associações de comércio prevêem que as vendas de Natal terão um crescimento máximo de 5%.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ritmo das vendas no comércio, que vinha acelerado até agosto, perdeu fôlego em setembro e um pouco mais em outubro. As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao Telecheque, registram em outubro, até o dia 23, um crescimento médio de 4,1% em relação a período equivalente no ano passado. Em setembro, na mesma comparação, os dois indicadores mostravam, aumento médio de 6,2%. Mas em agosto a média estava em torno de 10%. Por causa desse recuo, a Associação Comercial de São Paulo está ajustando suas projeções de vendas para o Natal. "O crescimento deve ser de no máximo 5% e não mais entre 5% e 7% como estávamos esperando", diz o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial. O aumento das tarifas, o repique inflacionário entre julho e agosto e as notícias de crises externas no cenário econômico deixaram o consumidor mais cauteloso, na avaliação de Alfieri. "O SCPC e o Telecheque dão uma idéia das vendas a prazo e à vista e a média diária de consultas destes indicadores mostra um ritmo mais fraco", diz. O presidente da Associação Paulista dos Supermercados (Apas), Omar Assaf, diz que as lojas do setor que vendem eletroeletrônicos estão com desempenho melhor (veja link abaixo). As outras, que vendem apenas alimentos estão com resultados abaixo da expectativa. Em outubro, a projeção da Apas é que na média as vendas fechem com queda em relação ao mesmo mês em 1999. Mas para o Natal a expectativa de Assaf é positiva. Ele estima um aumento de vendas de 5% em relação a dezembro passado. O índice dos supermercados brasileiros (Abras) mostra aumento de vendas, descontada a inflação do período, de 5,99% em setembro em relação a setembro de 1999, mas queda no acumulado do ano de 0,30%. Shopping A queda nas vendas nos últimos meses tem se refletido nos shoppings de São Paulo que, em meio ao início dos preparativos com as decorações de Natal, registram poucos clientes que efetivamente realizaram compras. No Shopping West Plaza, que fica na zona oeste de São Paulo, apesar da imensa árvore de Natal que estava sendo montada no saguão e das guirlandas coloridas pelos corredores, os consumidores ainda pareciam pouco dispostos a aderir à onda de compras de fim de ano. Para o gerente de uma das unidades da Colombo Roupas Masculinas, Idevaldo Araújo, é comum o mês de outubro registrar queda nas vendas. Ele calcula em 20% o recuo no movimento de sua loja e avalia que a maioria dos consumidores aproveita as liquidações de inverno, realizadas no fim da estação, para comprar também roupas mais leves, para o verão. "Depois disso, eles só irão colocar a mão no bolso novamente lá pelo dia 20 de novembro, que marca o início do movimento de Natal." Araújo prevê que com o pagamento do 13º salário, deverá aumentar também o porcentual de vendas à vista.

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