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Comércio sem dólar fortalece moedas locais, diz Argentina

Acordo pode ajudar a controlar valorização excessiva das moedas locais frente ao dólar

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, afirmou nesta sexta, dia 1º, em Lima, que o anúncio de que seu país e Brasil vão parar de usar dólares em seus intercâmbios comerciais mostra a "confiança" nas moedas locais. Os dois países anunciaram hoje, no Rio de Janeiro, que seu mecanismo cambial bilateral usará as moedas nacionais, com operações de compensação diárias. O acordo será assinado em 15 de dezembro, durante a reunião de presidentes de Mercosul, no Brasil, que ocupa a Presidência temporária do bloco. Taiana, em visita oficial ao Peru, disse que a decisão "é uma prova" de que os dois países confiam em "moedas previsíveis e estáveis". O chanceler argentino admitiu que a decisão exige "um caminho tecnicamente complexo sobre as compensações e os prazos" para as transações em reais e pesos. Mas ressaltou que a medida "é muito mais econômica" porque evitará a necessidade de "tomar como referência os mercados internacionais, o que implica um custo mais elevado". Ele criticou as aspirações do Uruguai, outro membro do Mercosul, de assinar um Tratado de Livre-Comércio com os Estados Unidos. Para Taiana, o acordo vai contra "a estratégia e as características do Mercosul", cuja política tem sido "a negociação conjunta de acordos comerciais com terceiros". "É o velho princípio de que juntos somos mais fortes", explicou. Taiana ressaltou que "o Mercosul cresceu este ano com a incorporação da Venezuela, ao fim de uma negociação complexa". Além disso, o bloco reconheceu as assimetrias de Uruguai e Paraguai. "A realidade econômica internacional é complexa, cheia de concorrência, e as possibilidades de mercado não se repetem todos os dias" acrescentou, opinado em seguida que "o Mercosul é a melhor ferramenta para negociar".

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