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Comissão do Senado convoca Roberto Teixeira para audiência

Advogado está internado para realização de angioplastia; ele é acusado de ações imorais no processo da Varig

Por Cida Fontes
Atualização:

A Comissão de Infra-Estrutura do Senado enviou ofício ao advogado, amigo e compadre do presidente Lula, Roberto Teixeira, para comparecer à audiência na próxima quarta-feira, dia 18. Teixeira, acusado pela ex-diretora da Anac Denise Abreu de interferir na operação de venda da Varig, está internado para a realização de uma angioplastia, procedimento para desobstruir ou alargar um vaso sanguíneo, segundo informações de sua assessoria de imprensa. Veja também: Turbulências da Varig  O advogado deveria receber alta por volta das 12 horas desta quinta-feira, mas a assessoria não soube informar se ele havia deixado o hospital. Além de Teixeira estão convidados para a mesma audiência os compradores da empresa, Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel. Denúncias Espectadora privilegiada da operação, a ex-diretora afirmou na quarta-feira, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que foi pressionada para tomar decisões favoráveis à venda da empresa - como havia revelado com exclusividade ao Estado na semana passada. Segundo Denise, a pressão da pasta comandada pela ministra Dilma Rousseff materializou-se no acompanhamento minucioso que a Casa Civil fazia das decisões da agência e numa estranha simetria entre os desejos do Planalto de viabilizar o negócio e a dança de pareceres, que, de contrários à negociação, foram convertidos em favoráveis. "Sem dúvida nenhuma, as ingerências praticadas e a forma como o escritório Teixeira Martins atuou na Anac são imorais e podem gerar ilegalidades. Éramos tratados pelos membros desse escritório de forma absolutamente desrespeitosa", afirmou. Ela disse que houve pressão grande para que a Anac agilizasse os trâmites da venda da Varig à Gol, a fim de que o negócio se concretizasse o mais rápido possível. Um exemplo dessa pressão foi a representação contra a então diretora, aberta pelo Ministério da Defesa a pedido do advogado Roberto Teixeira. Denise disse ter sido informada do fato numa reunião na Casa Civil. Em junho de 2006, a VarigLog foi comprada por um consórcio formado pelo fundo estrangeiro de investimentos Matlin Patterson e três sócios brasileiros. Na época, a ex-diretora da Anac exigiu provas da capacidade econômico-financeira dos participantes e também informações sobre o ingresso do dinheiro no País. Seus pedidos foram avalizados, em abril de 2006, pelo então procurador-geral da Anac, João Ilídio Lima Filho. Mais tarde, ele voltou atrás e afirmou que não havia necessidade de tais exigências. (com João Domingos, de O Estado de S. Paulo)

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