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‘Comitê socioambiental responde para o CEO’, diz Grynbaum, do Grupo Boticário

Vice-presidente do conselho do Grupo Boticário comenta as estratégias de ESG da empresa

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

Muito antes de ações ambientais e sociais serem definidas pela sigla ESG, o Grupo Boticário já investia 1% de sua receita para refletir o propósito de sua marca. Segundo Artur Grynbaum, sócio e vice-presidente do conselho da gigante dos cosméticos, o comitê socioambiental da empresa hoje se reporta diretamente a ele próprio e ao CEO da companhia, Fernando Modé. “O ESG é a nossa forma de fazer negócios”, disse ele, em resposta a perguntas enviadas por e-mail pela reportagem.

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A seguir, os melhores momentos da entrevista. 

Implantar estratégias de ESG e de diversidade pode gerar fricção dentro da empresa. O sr. sentiu alguma dificuldade, em algum momento, dentro do grupo?

Tomamos uma decisão, no começo dos anos 2000, de trabalhar o tema através do conceito de Investimento Social Privado, ou ISP. A nossa escolha foi por destinar 1% da receita de nossos negócios para iniciativas conectadas a essa agenda. O desafio que enfrentei foi com parte do corpo de líderes do negócio, que sugeriu que isso deveria sair do lucro, e não da receita. Nesse momento, a decisão de não ceder foi muito importante porque o conceito por trás disso é que, ao colocar o compromisso direto na receita da empresa, fica claro que esse é o nosso modo de fazer negócios, e como tal, deve fazer parte do orçamento desde o início. Nosso caso é muito particular porque essa agenda sempre esteve presente em nossa história. Com nomes diferentes de ESG, atuamos desde o início nas agendas de empreendedorismo e empoderamento feminino e no cuidado com o legado socioambiental. 

Artur Grynbaum, vice-presidente do conselho do Grupo Boticário. Foto: Felipe Rau/Estadão

Para dar certo, executivos e conselho têm de ser os ‘capitães’ dessa agenda?

O ESG é a nossa forma de fazer negócios. Não é e nunca foi uma opção não ser assim. É resultado, é venda. Por isso, com o lançamento dos nossos 16 compromissos para o futuro, neste ano, nós criamos um comitê executivo voltado exclusivamente para a discussão estratégica de oportunidades socioambientais. O conselho tem como papel a garantia de liderança estratégica de longo prazo e de direcionamento das frentes de ESG. O CEO tem o papel de garantir o melhor plano e execução. O novo comitê responde diretamente a mim e tem a presença do CEO e de outros líderes da companhia. 

Qual é a melhor forma de garantir uma adesão da equipe aos conceitos ESG? 

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Vivemos a sustentabilidade na prática, traduzindo-a mais em ações do que em conceitos. Nutrimos relações nas quais os colaboradores são avaliados e encorajados a atuar de forma consciente, cooperativa e responsável. Em 2021, lançamos nossos Compromissos para o Futuro, listados no site umabelezadefuturo.com.br. São 16 metas para os próximos dez anos, propostas pelo nosso time e aprovadas pela liderança e pelo conselho.

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