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Commodities influenciam desempenho de região industrializada

Segundo economista do IBGE, elevação nos preços destes produtos auxilia o crescimento dessas regiões

Por Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

O crescimento da demanda mundial pelas commodities e a conseqüente elevação de preços desses produtos têm influenciado positivamente o desempenho das regiões que têm se destacado industrialmente em 2007. A economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disse que os locais que apresentam aumento na produção acima da média nacional têm forte ligação com as commodities.   O principal exemplo é Minas Gerais, que tem liderado o crescimento industrial regional em 2007. O Estado acumula, de janeiro a agosto deste ano, aumento na produção de 8,7%, bem acima da média industrial do País, de 5,3%. A indústria mineira tem sido impulsionada, entre outros segmentos, pela indústria extrativa, que cresceu 10,1% no acumulado do ano, sob impacto especialmente do minério de ferro.   Automóveis e estruturas de ferro e aço completam os principais destaques nessa região. Segundo Isabella, Minas está aproveitando, como nenhum outro Estado, os três atuais pilares de expansão da indústria, que são os duráveis, bens de capital e commodities.   Análise dos técnicos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sobre os resultados regionais da indústria em agosto destaca o desempenho de Minas Gerais. Segundo o documento, "tanto o crescimento da economia mundial quanto a composição do crescimento brasileiro no atual ciclo industrial favorecem uma indústria que comporta setores da indústria extrativa, como ferro". Outros segmentos atualmente favorecidos e citados pelo Iedi são automóveis, máquinas e equipamentos e siderurgia.   Além de Minas, o Iedi também destaca o desempenho do Espírito Santo, cuja produção cresceu 22,1% em agosto ante igual mês do ano passado - a maior variação apurada pelo IBGE entre as regiões -, levando a uma expansão acumulada de 6,8% de janeiro a agosto. O "grande destaque" da indústria capixaba, segundo o Instituto, foi o setor extrativo, especialmente na produção de petróleo e ferro, além do setor de celulose e metalurgia básica.   Espírito Santo   Isabella observou, sobre os resultados do Espírito Santo em agosto, que houve um forte efeito estatístico da base de comparação deprimida no ano anterior, quando houve paralisação em importante indústria local. Mas ela confirma que a principal influência para o crescimento surgiu dos setores de petróleo e minério de ferro.   Segundo a economista, todas as regiões que vêm liderando o crescimento industrial no acumulado de 2007 têm registrado, direta ou indiretamente, os efeitos do bom desempenho das commodities. Além de Minas e Espírito Santo, outro exemplo citado por ela é o Rio Grande do Sul. Na indústria gaúcha, que acumula expansão de 8,1% até agosto, as maiores influências vieram de refino de petróleo e produção de álcool (41,4%) e de máquinas e equipamentos (18,1%, a maior parte deles voltados para a agricultura, ou seja, commodities agrícolas).   As commodities têm concentrado, segundo Isabella, os efeitos positivos das exportações para a indústria brasileira em 2007, respondendo ao crescimento da economia mundial. Segundo as últimas estimativas para a balança comercial deste ano da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), as exportações de produtos básicos deverão aumentar 24,3% este ano em relação ao ano passado, bem acima das vendas externas de industrializados, que devem crescer 13,1%.   Segundo o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, enquanto as exportações de produtos básicos representavam 29,3% das vendas externas totais do País em 2006, este ano essa fatia deverá subir para 31,4%. Segundo ele, o crescimento das exportações em 2007, concentrado nas commodities, ocorre tanto em quantidade quanto em preço, com destaque especial para minério de ferro, petróleo, carnes bovina e de frango, soja e derivados, café, fumo em folhas, milho, celulose, suco de laranja, álcool, gasolina e alumínio.   A expectativa da AEB é que as exportações de minério de ferro aumentem 20,7% este ano em relação a 2006. Haverá, segundo as estimativas da instituições, expansões significativas nas exportações, em 2007, dos seguintes produtos: soja em grão (39,5%), petróleo em bruto (17,5%), carne de frango (40,3%), milho em grão (107,5%), celulose (16,6%) e ferro fundido (25,2%), entre outros.

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