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Como driblar perdas nas compras financiadas

Juros do cartão de crédito e do cheque especial continuam os mais altos do mercado. Isso aliado a uma falta de planejamento orçamentário leva o consumidor, muitas vezes, a ficar endividado e ser incluído nas listas de proteção ao crédito

Por Agencia Estado
Atualização:

Com as taxas de juros batendo níveis recordes em dois anos, desde novembro de 1999, são cada vez mais contra-indicados pelos especialistas as compras financiadas, o uso do limite do cheque especial e do parcelado do cartão de crédito. Os dois últimos produtos continuam com as taxas mais elevadas do mercado. O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, explica que as taxas em nenhum momento chegaram a ser interessantes para o consumidor, mas vinham acompanhando, até março, o viés de baixa dos juros básicos. Mas esse processo foi interrompido pelas mudanças no cenário mundial que deixaram a economia do País mais instável. Segundo levantamento da Anefac, o juro médio mensal do cheque especial está em 9,89%; do cartão de crédito, 10,46%; do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) das lojas, 6,79%; do CDC dos bancos, 4,10%; do empréstimo pessoal dos bancos, 5,16%; e do empréstimo pessoal das financeiras, 11,56%. Vale lembrar que por causa das elevadas taxas e por falta de um planejamento orçamentário, muitos consumidores não conseguiram honrar seus compromissos e acabaram incluídos nas listas de proteção ao crédito (veja no link abaixo como limpar o nome). Para evitar esse sufoco, vale a pena fazer as contas e comparar preços e juros antes de ir às compras de fim de ano, orienta o vice-presidente da Pró-Consumer - Associação dos Direitos Financeiros do Consumidor-, Fernando Scalzilli. Na opinião do especialista, esse cuidado deve ser tomado porque a loja que tem o melhor preço pode estar trabalhando com juros mais elevados no financiamento para compensar o desconto oferecido para quem compra à vista. Oliveira lembra ainda que o prazo para a quitação da dívida é outro fator importante. "Quem puder evitar parcelar as compras por período superior a 12 meses poderá estar fazendo uma economia de até 50% no total da dívida." Além disso, com a disparidade entre os juros cobrados pelos bancos e os cobrados pelas financeiras, pode compensar, em alguns casos, solicitar um empréstimo pessoal na agência bancária e adquirir a mercadoria à vista nas lojas. "Essa é mais uma alternativa para perder menos dinheiro", avalia o vice-presidente da Anefac. Para quem preferir essa opção, Scalzilli lembra da velha regra da pechincha - pedir desconto na hora de fazer o pagamento. "O cliente que paga à vista ou com cartão de crédito tem direito de receber um abatimento."

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