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''''Como mãe, acho uma ótima notícia''''

Mulheres apóiam nova medida

Por Andrea Vialli e SÃO PAULO
Atualização:

Samira Altmüller, 27 anos, grávida de seis meses, já havia tomado uma decisão: ia deixar o atual emprego, de assistente de exportação na Metalúrgica Mangels, assim que seu bebê nascesse. Mãe de Caio, de 2 anos, ela "sofreu horrores" quando teve de deixar o filho, de 4 meses de vida, na escolinha, para poder trabalhar. Agora, caso a empresa passe a conceder licença-maternidade de seis meses, Samira pensa em rever a posição. "Posso permanecer no emprego se tiver esse tempo a mais. Com 6 meses, a criança está mais forte, e a mãe, mais segura para voltar ao trabalho." Após ter o primeiro filho, ela interrompeu o aleitamento para reassumir suas funções, o que fragilizou a saúde da criança. "Ele ficou doentinho após eu parar de amamentar. Na época, abandonei meu emprego e fiquei oito meses como mãe em tempo integral. Para Cláudia de Queiróz, 38 anos, gerente de treinamento da área de Recursos Humanos em uma multinacional de produtos de consumo, a ampliação da licença-maternidade é um sinal de avanço. Grávida de 7 meses, ela acredita que a medida ainda levará um certo tempo para ser adotada pelas empresas. "Primeiro, as companhias terão de entender as vantagens do novo programa. Acredito que não serei beneficiada, mas, se me ligarem dizendo que posso ficar mais 2 meses em casa, não vou reclamar", diz. Como profissional de RH, Cláudia acredita que a extensão do tempo da licença não deve prejudicar as mulheres. "A profissional não vai ficar desatualizada em 6 meses, por mais dinâmica que seja a empresa. E as companhias estão evoluindo nessas questões de trabalho feminino." Para a socióloga Ana Cláudia Gomes, professora da Universidade de Guarulhos e mãe de Ana Gabriela, de 13 dias, a extensão do benefício pode trazer dificuldades para as mulheres de baixa escolaridade se colocarem no mercado de trabalho. "Nas ocupações em que há farta mão-de-obra, as empresas não vão conceder seis meses de licença, pois podem repor essas vagas rapidamente", diz. "Meu receio é que a medida afete a empregabilidade dessas mulheres. Mas, como mãe, acho que é uma ótima notícia."

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